O IBGE recalcula periodicamente a altitude de mais de 70 mil pontos em diferentes localidades do território do país. Esses pontos integram a Rede Altimétrica de Alta Precisão do Sistema Geodésico Brasileiro, que serve como referência para o mapeamento do território, as atividades de engenharia e diversos estudos científicos. Com o reajustamento implementado em 2018, a altimetria do Brasil se alinha ao Sistema Internacional de Referência para Altitudes.
O IBGE divulga hoje a segunda edição do relatório de cálculo das novas altitudes de alta precisão, que servem de base para atividades de engenharia, mapeamento e estudos científicos em todo o território nacional. O Relatório do Reajustamento da Rede Altimétrica com Números Geopotenciais 2018 está disponível aqui.
Esta edição do relatório complementa os resultados apresentados em julho de 2018, com as altitudes das estações geodésicas altimétricas que não puderam ser calculadas naquela oportunidade, e com a comparação das novas altitudes em relação ao nível médio do mar ao longo do litoral brasileiro.
Denominado “Reajustamento da Rede Altimétrica com Números Geopotenciais” (REALT-2018), o novo processo de cálculo das altitudes dos marcos geodésicos do IBGE, possibilitou a revisão das bases de dados e a inédita integração de informações da variação da gravidade.
Desde o início de suas medições de nivelamento geométrico, em 1945, o IBGE recalcula periodicamente as altitudes das Referências de Nível (RRNN) da Rede Altimétrica de Alta Precisão (RAAP) do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), por meio do “ajustamento pelo método dos mínimos quadrados”. Esses cálculos incorporam novas observações de nivelamento geométrico e gravimetria, a correção de inconsistências eventualmente detectadas na RAAP e a utilização de novas técnicas de observação e cálculo.
A integração dos valores da gravidade às RRNN permite a obtenção de altitudes mais precisas, já que, na superfície terrestre, a gravidade varia à medida em que nos afastamos da linha do Equador em direção aos polos. A inclusão da gravidade evita inconsistências altimétricas, auxiliando tanto a integração das redes de altitudes entre países vizinhos como o estudo dos impactos de elevação do nível médio do mar na zona costeira.
Nos ajustamentos anteriores (2011, 1993, 1975~1959), em função da insuficiência de observações gravimétricas, apenas a correção de gravidade teórica foi aplicada aos desníveis observados, resultando em altitudes ortométricas simplificadas. No REALT-2018, foi possível obter valores reais de gravidade para todas as RRNN da RAAP e, assim, calcular as chamadas altitudes normais, mais adequadas aos modernos conceitos e métodos da Geodésia.
A decisão de realizar um novo ajustamento, iniciado em 2015, deve-se à necessidade de modernização da componente vertical do SGB, em consonância com a resolução da Associação Internacional de Geodésia (IAG) sobre o Sistema Internacional de Referência para Altitudes (IHRS/IHRF). Também foi decisivo o grande aprimoramento da cobertura gravimétrica do território brasileiro, conduzido pelo IBGE e por outras instituições nas últimas décadas. Com isso, pela primeira vez, os usuários do SGB terão à sua disposição altitudes consistentes com os modelos geodésicos globais. Saiba mais sobre as redes geodésicas aqui.
Fonte: IBGE