Tecnologia para a Terra - Geotecnologias

Tecnologia para a Terra - Geotecnologias

Após dois anos em São Paulo, desenvolvendo projetos na área de pesquisa mineral e posteriormente em energia renovável, retorno a BH e ao mercado específico das geotecnologias. Conceitualmente, geotecnologias é o conjunto de processos, métodos e técnicas baseadas no uso de tecnologia para estudos do espaço geográfico. Imagens de satélite, a cartografia digital, o geoprocessamento, o desenvolvimento de sistemas de informações geográficas, os mapas na web, os tags para localização, os aplicativos de mobilidade, o Google Earth, os equipamentos de topografia e geodésia, dentre muitos outros compõem toda a gama de tecnologia em prol da análise espacial. Numa perspectiva ambiental, estas técnicas permitem a otimização das informações do ambiente estudado e facilita a orientação do uso do solo, através da noção espacial da distribuição das atividades sobre o território.

Neste contexto, as geotecnologias possuem a capacidade: de analisar os dados geográficos; de especializar/localizar os diferentes aspectos que se queira conhecer, de permitir, mediante a superposição e outras formas de manipulação de informações geográficas, combinar dados e observar algumas de suas inter-relações, de visualizar ao mesmo tempo diferentes objetos e suas relações em um plano cartográfico; de reunir e gerenciar novas informações estabelecendo uma evolução dos problemas inerentes ao território alvo. Focaliza, primordialmente, o levantamento e análise das situações ambientais representadas por conjunto de variáveis georreferenciadas (contidas em um espaço geográfico) e integradas em uma base de dados digitais.

O objetivo principal das geotecnologias é fornecer ferramentas computacionais para que os diferentes analistas determinem as evoluções espacial e temporal de um fenômeno geográfico e as inter-relações entre diferentes fenômenos. Passa, então, a ser um meio, uma ferramenta ou mesmo técnicas para a análise integrada do espaço geográfico e seus atributos ambientais, com objetivos de se traçar planos ambientais, em qualquer esfera, onde o território passará a ter uma representatividade na forma de cartografia. Esta representação cartográfica do espaço irá auxiliar e facilitar a interpretação e leitura do ambiente e, desta forma, apoiar o poder público e as empresas na tomada de decisões e na definição de áreas prioritárias ao desenvolvimento de projetos de preservação, recuperação ou conservação ambiental.

Como dito no início deste artigo, retorno a este mercado, não somente por oportunidade profissional, mas, principalmente por acreditar que a junção do que temos hoje de tecnologias com as necessidades de uma abordagem integrada do espaço geográfico contribui efetivamente para a melhoria da qualidade de projetos relacionados à sustentabilidade territorial, através de diagnósticos precisos e definição de planos e estratégias de gestão em áreas municipais, parques, unidades de conservação, dentre outros, com níveis altos de assertividade.

Esta afinidade com o segmento das geotecnologias me permite, portanto, a retornar a minha antiga atuação em trabalhos que visam o ordenamento territorial, partindo-se do zoneamento ambiental, da elaboração de planos diretores sustentáveis, do mapeamento de áreas de risco, dos cadastros urbanos e fundiários, da criação e gestão de unidades de conservação e outros.

Considero, hoje, as geotecnologias indispensáveis para quem pretende atuar nas frentes ambientais, ainda que se tenha aplicações em praticamente todos os setores da economia e da sociedade.

Fonte:  http://www.metro.org.br/vitorino/tecnologia-para-a-terra

Cientistas lançam crowdfunding para relatório independente do desastre de Mariana

Campanha de crowdfunding (financiamento coletivo) foi lançada para realizar um relatório independente de impacto ambiental causado pelo desastre de Mariana (MG). "Considerando que este é um dos maiores desastres ambientais sofrido pelo Brasil, envolvendo rios e as populações a sua volta, abrangendo vários municípios, que as posturas das instituições públicas são vagas e o poder econômico dos envolvidos, é de extrema importância que exista um relatório independente e isento, que possa ser utilizado nas ações decorrentes relacionadas aos efeitos do rompimento das barragens", diz a página do Grupo Independente para Avaliação do Impacto Ambiental (GIAIA) - Samarco/Rio Doce - iniciativa do biólogo Dante Pavan, especialista em répteis e anfíbios formado pelo Instituto de Biociências da USP, coordenada por Viviane Schuch, bióloga e pesquisadora da Unifesp.

Com recursos próprios, os pesquisadores chegaram à foz do Rio Doce antes da lama e conseguiram coletar amostras da água e do solo que servirão de base de comparação para avaliar os danos causados pelo desastre. Agora, o objetivo é arrecadar R$ 50 mil para cobrir os gastos de deslocamento, coleta de amostras e analise de dados. "Os impactos ambientais devem ser documentados com a maior isenção e precisão possíveis. Isto é de extrema importância para que decisões relacionadas ao evento sejam tomadas também de forma isenta, reais responsabilidades sejam apuradas, além de proporcionar condições para amenizar os danos causados e fornecer subsídios que ajudem a criar procedimentos que minimizem o risco de que o fato se repita em empreendimentos semelhantes."

Em post na página do GIAIA, criado no Facebook para fazer o cadastro de voluntários e organizar as tarefas de coleta e analise em campo, Schuch afirma que todos os resultados serão de domínio público. "Juntos, vamos mostrar para o Brasil e para o mundo que não vamos mais tolerar o desrespeito pela nossa biodiversidade e a impunidade, e que nossa maior arma é o conhecimento e o amor que sentimos pela natureza. Obrigada a todos pela presença e confiança!"

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/cientistas-lancam-campanha-crowdfunding-fazer-relatorio-independente-desastre-mariana-921782.shtml