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ICESAT-2 será um dos satélites que fornecerá dados sobre o nível da superfície da água e profundidade do rio Amazonas para monitorar inundações

Todos os anos as populações que vivem próximas às margens do Estuário Amazônico são afetadas por inundações, sendo os efeitos de maré um dos principais problema. Na quarta-feira (29/1/2020), pesquisadores em Geociências do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento da França (IRD) deram início a um estudo inovador, para monitorar inundações, que utiliza dados de satélite pelos próximos cinco anos para monitorar a extensão desses fenômenos danosos. Com isso, espera-se aprimorar as previsões de inundações na região.

Esta pesquisa é fruto de um acordo firmado entre a CPRM e o IRD, em novembro de 2019. E foi considerada como ação prioritária por conta das variações climáticas na maior bacia hidrográfica do mundo, que resulta em variabilidade acentuada na vazão do rio Amazonas. Além disso, os dois principais centros urbanos do estuário amazônico são Macapá, capital do Amapá, e Belém, capital do Pará. Nesses municípios, estima-se que 30% dos habitantes atualmente estejam expostos a eventos hidrológicos extremos, como as inundações. Vale ressaltar que nos próximos 20 anos a população dessas cidades deve dobrar.

Entre os dias 29/1 e 11/2, nove cientistas da CPRM, IRD, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) coletaram dados de vazão, mediram a declividade do rio (batimetria) e perfis de linha de água para validar os dados de satélites da Agência Espacial Francesa (CNES) e da NASA. Entre eles, destacam-se: ICESAT-2, SENTINEL-3 e JASON-3.

O uso dessas tecnologias espaciais permite medir o nível da superfície de água e a profundidade do rio para monitorar inundações. A equipe científica concentrará parte dos estudos em Óbidos, no estado do Pará, por conta dessa área ser referência na alta quantidade de água que corre no rio Amazonas. De acordo com o engenheiro hidrólogo da CPRM, Victor Paca, a maior medição de vazão em Óbidos foi de 298.000m³/s, cuja distância até o Oceano Atlântico em linha reta é de 780km. Isso equivale a 298 mil caixas d’água de mil litros passando no rio por segundo.

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Durante a campanha, os cientistas saíram do ponto 5 até o ponto 12

“Em especial essa será uma campanha de validação, onde coletamos dados durante todo o percurso para validar os dados dos satélites, permitindo avaliar a qualidade dos dados tanto para pesquisa quanto para aplicações no monitoramento hidrológico. Essas informações vão ajudar a validação também do satélite SWOT que será lançado em 2021. Também instalaremos cerca de quatro linígrafos, pois temos o interesse de medir a variação do nível do rio em uma frequência maior de forma a detectar os efeitos de maré”, destacou Daniel Moreira, engenheiro cartógrafo da CPRM.

Detalhes da campanha 29/01 – Saída do barco para Macapá.
De 29/01 até 1/2 – Percurso de Macapá até Santana.
De 2 a 8/2 – Medições de vazão e tentativa de instalação de linígrafos no trecho de Macapá/Santarém.
De 9/2 até 11/2 – Medição de vazão em Óbidos e levantamentos na linha de passagem do SWOT próximo a Santarém.
11/2 – fim da campanha em Santarém.

Pedro Henrique Santos
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil (CPRM)

Fonte: Adaptado de Serviço Geológico do Brasil – CPRM

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