Estudo cientifico revela que o bioma da Amazônia é maior que os limites oficiais. Um trabalho publicado na última edição da revistaBiodiversity and Conservation intitulado “Redefining the Cerrado–Amazonia transition: implications for conservation” (Redefinindo a transição Cerrado-Amazônia: implicações para a conservação, em português), revela que a Amazônia é maior e está localizada mais ao sul do que indicam os limites oficiais. Segundo o líder dos estudos Ben Hur Marimon Junior, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), a fronteira entre a Amazônia e o Cerrado não está adequadamente posicionada e não é uma simples linha divisória como consta nos mapas oficiais.
Transição Cerrado-Amazônia (TCA)
A Transição Cerrado-Amazônia (TCA) no Brasil é a maior transição savana-floresta do mundo. No entanto, é representada em mapas oficiais do governo brasileiro como uma simples linha que separa os dois biomas. O estudo publicado demonstra que a TCA é de fato ampla, complexa e que sua representação linear tradicional não é adequada para reconhecer e conservar a biodiversidade nesta região. Ben-Hur Marimon diz que não pode precisar ainda de quanto seria este acréscimo no tamanho da Amazônia, mas a sua fronteira com o Cerrado deve ser reconsiderada como uma extensa faixa, com larguras que podem chegar até 250 km. “É preciso reposicionar a Amazônia e o Cerrado nos mapas oficiais para melhor adequar os dois maiores biomas brasileiros às leis e políticas públicas de proteção da biodiversidade”, defende o pesquisador.
Segundo Eduardo Queiroz Marques, da Unemat, existem falhas nos mapas oficiais, que eram baseados na antiga tecnologia de imagens de radar dos anos 1970. “Estas antigas técnicas de mapeamento não permitiam o mesmo nível de detalhamento que temos hoje” que temos hoje”, revela Eraldo Matricardi, especialista em mapeamento por satélite da Universidade de Brasília (UnB). “Uma das consequências da imprecisão dos antigos mapas é que alguns tipos de florestas, que eram comuns no sul da Amazônia, foram confundidos com cerrado denso, um tipo de vegetação menos protegido pela legislação, tanto pelo novo quanto o antigo Código Florestal. Assim, complexidade dos limites das florestas tropicais da savana foi mal compreendida e deturpada pelos mapas atuais, ameaçando seriamente a complexa biota da TCA”, explica Beatriz Marimon, da Unemat.
A linha entre os biomas do estudo (em azul) não coincide com a do mapeamento oficial do IBGE (em preto).
O estudo leva em conta 30 anos de análises, nas quais os pesquisadores observaram que a TCA sofreu mais desmatamento do que as florestas e savanas em cada bioma individual (Amazônia e Cerrado). Como consequência, as perdas de vegetação atingiram níveis próximos ao colapso em áreas de intensa atividade humana. “Junto com a vegetação perdemos também espécies de animais nesta região única de biodiversidade”, revela Guarino Colli, zoólogo da UnB e coautor do estudo.
Os pesquisadores concluíram que as imprecisões no mapeamento oficial permitiram que o desmatamento atingisse níveis excessivos. “A agropecuária é o grande motor do desenvolvimento do Centro-Oeste brasileiro, mas é preciso garantir a manutenção das florestas nativas para que elas continuem cumprindo o seu papel de regulação climática. Por isso, apontamos para a necessidade urgente da criação de uma zona especial de amortecimento ao sul e sudeste da Amazônia para preservar a vegetação e garantir chuvas regulares para as lavouras e pastagens da região”, alerta Ben Hur Marimon.
A TecTerra Geotecnologias realiza serviços de mapeamentospara diversos mercados inclusive para a temática ambiental. Entre em contato conosco através do telefone (31) 3071-7080 ou do e-mail contato@tecterra.com.br para mais informações.
A TecTerra Geotecnologias se torna revenda autorizada da operadora do Cazaquistão Kazakhstan Gharysh Sapary (KGS) e comercializará as imagens dos satélites KazEOSat-1 e KazEOSat-2.
A operadora Kazakhstan Gharysh Sapary (KGS) foi criada em 2005 pela Agência Espacial da Republica do Cazaquistão e fornece dados de Sensoriamento Remoto por imagens de satélite e informações geoespaciais em geral. As imagens de acervo e programação (novas coletas)que serão comercializadas pela TecTerra Geotecnologias são originárias dos satélites KazEOSat-1 e KazEOSat-2.O primeiro obtém imagens de alta resolução espacial (1 metro) e o segundo de média resolução (6.5 metros).
KazEOSat 1
O satélite KazEOSat-1 gera imagens de 1 metro de resolução espacial nas bandas Vermelho (R), Verde (G), Azul (B) e Infravermelho Próximo (IR). Além das tradicionais imagens em cores naturais ou falsa cor no RGB e IR ele é capaz de obter estereoscopia para a geração de Modelos Digitais de Elevação (MDE) e curvas de nível. Desta maneira ele atende mercados e aplicações que demandem a visualização e análise de dados cartográficos com grande nível de detalhes e precisão.
Veja as especificações técnicas básicas do KazEOSat 1
Resolução Espacial: 1 metro
Lançamento: Abril de 2014
Bandas: Vermelho (R), Verde (G), Azul (B) e Infravermelho Próximo
Revisita: De 3 a 5 dias
Aquisição: mediante acervo e programação (novas coletas)
Perth na Austrália
KazEOSat-2
O satélite KazEOSat-2 gera imagens com 6,5 metros de resolução espacial nas bandas Vermelho (R), Verde (G), Azul (B), Infravermelho Próximo e Infravermelho Limítrofe. Suas imagens de média resolução espacial e produtos gerados são indicados para projetos em bacias hidrográficas, municípios e regiões. Além das tradicionais bandas do RGB e Infravermelho Próximo ele vem com a banda do Infravermelho Limítrofe o que aumentam as possibilidades de análises sobretudo para os mercados de agricultura de precisão, prospecção mineral, silvicultura e meio ambiente.
Veja as especificações técnicas básicas do KazEOSat-2
Aquisição: mediante acervo e programação (novas coletas)
Cultivos agrícolas e Base aérea de Tindal na Austrália
Além de produtos orbitais, como as imagens de satélite em diferentes resoluções espaciais, a Kazakhstan Gharysh Sapary (KGS) trabalha na geração de Modelos Digitais de Elevação (MDE’s), obtenção de curvas de nível, mapeamentos temáticos, monitoramentos e produção de dados de cartografia digital.
Em breve disponibilizaremos mais informações em nosso site sobre os satélites KazEOSat 1 e 2. Para mais informações técnicas, condições comerciais e para obter uma amostra de uma imagem de satélite entre em contato conosco através do e-mail contato@tecterra.com.br, do WhatsApp (31) 9 9720-2614 ou do telefone (31) 2531-6665.
A TecTerra Geotecnologias juntamente com a operadora chinesa SpaceWill divulgou imagens do satélite SuperView-1 da área diretamente afetada pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho/MG. As imagens possuem 50 centímetros de resolução espacial e podem auxiliar na avaliação dos danos e impactos ambientais ocorridos após o rompimento da barragem no dia 25 de Janeiro de 2019.
A imagem foi adquirida no dia 30 de Janeiro de 2019, 5 dias após o desastre e abrange toda a área afetada diretamente pelo evento. Nela vemos a barragem que se rompeu, a várzea do Córrego do Feijão ocupada pela lama, residências, benfeitorias e estruturas de engenharia destruídas.
Barragem após o rompimento. Imagem SuperView-1 de 30 de janeiro de 2019
Lama após o rompimento da barragem. Imagem SuperView-1 de 30 de janeiro de 2019
Imagens de satélite do Rio Paraopeba
A operadora SpaceWill também disponibilizou imagens de satélite de datas anteriores e posteriores de trechos do Rio Paraopeba a jusante da barragem rompida em Brumadinho. As imagens são de 19 de outubro de 2017 e 29 de janeiro de 2019 (4 dias após o rompimento). Através de imagens pode-se realizar monitoramentos periódicos com o objetivo de visualizar as modificações ocorridas em determinados locais
Encontro do Córrego do Feijão com o Rio Paraopeba. Imagem SuperView-1 de 30 de janeiro de 2019
Por meio de imagens pretéritas ao evento juntamente com trabalhos de campo é possível avaliar os danos ambientais causados e reconstruir paisagens não mais existentes.
Rio Paraopeba no limite municipal de São Joaquim de Bicas e Betim. Imagem SuperView-1 de 19 de outubro de 2017
Rio Paraopeba no limite municipal de São Joaquim de Bicas e Betim. Imagem SuperView-1 de 30 de janeiro de 2019
Trabalhos de campo no Rio Paraopeba
Através de trabalhos de campos é viável que as análises obtidas por meio das imagens de satélite sejam mais fidedignas, detalhadas e validadas. Nesta foto tirada no dia 03 de fevereiro de 2019 visualizamos um trecho do Rio Paraopeba situado a aproximadamente 35km da barragem da Vale em Brumadinho no limite municipal de Betim e São Joaquim de Bicas. Nota-se que a foto foi tirada 9 dias após o rompimento da barragem e 4 dias após a aquisição da imagem SuperView-1.
Rio Paraopeba no limite municipal de Betim e São Joaquim de Bicas. Foto do dia 03 de fevereiro de 2019. Foto tirada pelo Diretor Técnico da TecTerra Lucas A. Camargos
Mesmo que o Rio Paraopeba naturalmente no período chuvoso tenha uma cor avermelhada devido a presença de processos erosivos em sua bacia, nota-se por meio das fotos e imagens de satélite que houve alteração em sua coloração no sentido de possuir um aspecto mais avermelhado.
A operadora SpaceWill
A operadora chinesa SpaceWill trabalha com os satélites de Observação da Terra SuperView-1, GaoFen-1 (GF-1), GaoFen-2 (GF-2), ZiYuan-3 (ZY-3). A TecTerra Geotecnologias é revenda autorizada dos produtos e tecnologias da SpaceWill para todo o território brasileiro.
Entre em contato com a equipe comercial da TecTerra através do telefone (31) 2531-6665 ou WhatsApp (31) 9 9720-2614 ou pelo e-mail contato@tecterra.com.br para verificarmos a disponibilidade de imagens de satélites da operadora SpaceWill.
Articular a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil para agilizar a atuação de órgãos públicos federais em casos de emergências envolvendo barragens ou para prevenir acidentes. Este é o foco do acordo de cooperação técnica assinado pela Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC). Espera-se que a parceria promova maior coordenação e efetividade dos órgãos federais no exercício de suas atribuições em segurança de barragens, visando tanto reduzir os riscos de acidentes como minimizar impactos, por meio da atuação célere e eficaz durante situações de emergência.
Publicada em 24 de dezembro de 2018, a parceria vai até dezembro de 2023 e prevê a definição de protocolos de atuação conjunta no caso de acidentes com barragens, bem como o compartilhamento de conhecimento e informações relacionadas à segurança de barragens brasileiras. Os órgãos também compartilharão recursos e experiências institucionais para realização das atividades do Acordo de Cooperação Técnica nº 31/2018/ANA. Além disso, as cinco instituições executarão um cronograma de atividades comum envolvendo o tema, que pode conter campanhas de campo e simulados conjuntos de situações de emergência.
Capacitação sobre Segurança de Barragens para os órgãos integrantes da parceria.
Outra linha de atuação é na área de capacitação: as instituições apoiarão treinamentos sobre segurança de barragens para Defesas Civis nacional, estaduais e municipais. Também haverá capacitações internas compartilhadas entre os órgãos integrantes da parceria.
Por serem órgãos fiscalizadores de segurança de barragens, a ANA, ANEEL, ANM e IBAMA compartilharão dados respectivamente sobre barragens de usos múltiplos, aproveitamentos hidrelétricos, rejeitos de mineração e rejeitos industriais. Os órgãos também darão subsídios técnicos para apoiar a SEDEC no reconhecimento federal de situação de emergência ou estado de calamidade pública envolvendo segurança de barragens, fundamentando e agilizando a aplicação de recursos no caso de acidentes. Os quatro fiscalizadores federais também apoiarão os órgãos de defesa civil na interlocução os empreendedores, responsáveis pela segurança de barragens.
A atuação durante acidentes também será otimizada por meio de melhor fluxo de informações. Segundo o acordo, a ANA disponibilizará sua Sala de Situação e poderá articular a atuação de salas de situação existentes nos Estados, além do acesso aos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB) aos demais órgãos, o que já era previsto na PNSB. A Agência também poderá atuar conjuntamente com a Sala de Gestão de Crise e com o Centro de Monitoramento e Operações do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD) em situações que envolvam a segurança de barragens.
Enquanto a ANM disponibilizará dados do Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGMB), a ANEEL compartilhará as informações do cadastro de empreendimentos hidrelétricos e o IBAMA dará acesso aos dados de barragens do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras (CTF/APP). Além disso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis poderá acionar equipes que atuam em emergências ambientais em todo o País, para emissões de reconhecimento in loco da situação de barragens, inclusive nas fiscalizadas pela ANA, ANM e ANEEL.
O acordo de cooperação técnica também prevê uma série de atribuições para a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, que é responsável por coordenar e realizar ações de proteção e defesa civil em casos de emergências envolvendo segurança de barragens em todo o Brasil. O órgão também proporcionará apoio logístico neste tipo de situação por meio de órgãos de Defesa Civil. À SEDEC também cabe realizar iniciativas de prevenção, mitigação, preparação e resposta, reduzindo o risco de desastres e os danos potenciais associados a barragens.
Cada uma das instituições do Acordo de Cooperação Técnica nº 31/2018 terá representantes no Grupo Gestor da parceria, sendo que a ANA presidirá o grupo nos primeiros 12 meses. O comando do grupo será exercido pela ANEEL, ANM, IBAMA e SEDEC nos próximos anos, em sistema de rodízio. As três primeiras reuniões do Grupo acontecerão no primeiro trimestre deste ano para detalhar as atividades para 2019.
De acordo com a última edição do Relatório de Segurança de Barragens, lançada em novembro de 2018, existem 21.638 barragens de acumulação para usos múltiplos no País, das quais sendo 110 são sujeitas à fiscalização pela ANA. Existem ainda 790 barragens para contenção de rejeitos industriais, fiscalizadas pela ANM, e 890 barragens para geração de energia hidrelétricas, fiscalizadas pela ANEEL. Conforme a PNSB, Essa fiscalização ocorre sem prejuízo da atuação dos órgãos ambientais e, portanto, o IBAMA atua em qualquer barragem sujeita a seu licenciamento ambiental, e conforme legislação ambiental.
ANA e Política Nacional e Segurança de Barragens
De acordo com a PNSB, é atribuição da ANA promover a articulação entre os órgãos de fiscalização de barragens. A ANA também é responsável por manter cadastro e fiscalizar a segurança das barragens sob sua jurisdição, que são aquelas em reservatórios e rios de gestão federal (interestaduais e transfronteiriços) com a finalidade de usos múltiplos da água e que não tenham a geração hidrelétrica como finalidade principal. Além disso, compete à instituição elaborar anualmente o Relatório de Segurança de Barragens e manter e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens.
A TecTerra fornece produtos, soluções e tecnologias para trabalhos deSegurança de Barragens. Entre em contato conosco através do telefone (31) 3071-7080ou do e-mail contato@tecterra.com.br para obter mais informações.
Foi lançado com sucesso pela empresa japonesa Axelspace no dia 27 de dezembro de 2018 às 02:07 UTC, no Cosmódromo Vostochny na Rússia o microssatélite GRUS. As imagens do GRUS servirão para a criação da plataforma web de Observação da Terra e monitoramento chamada de AxelGlobe. Juntamente com o GRUS, foi lançada a carga principal russa do Kanopus-2 e outros pequenos satélites. O GRUS, entrou em órbita pela primeira vez acima do Japão e seu sinal foi adquirido com sucesso. A Axelspace está atualmente realizando procedimentos operacionais preliminares para verificar se todos os instrumentos de bordo estão funcionando conforme o esperado.
GRUS a bordo do veiculo lançador Soyuz-2
Informações básicas sobre o GRUS e o AxelGlobe
O GRUS é um microssatélite de Observação da Terra de 100Kg desenvolvido para ser a base de dados da plataforma web AxelGlobe, anunciada pela Axelspace em dezembro de 2015. Com tamanho “micro”, os sensores do satélite têm uma resolução espacial de 2,5 metros multiespectral (colorido no R,G,B e IR) e permitem aplicações para os mercados de; agricultura, silvicultura, planejamento urbano, análise de tendências econômicas e monitoramento ambiental.
Imagem GRUS de Foz do Iguaçu, Cidade do Leste (Paraguai) e barragem da represa de Itaipu.
A Axelspace planeja lançar mais dois satélites GRUS em 2020, e depois aumentar ainda mais o número de satélites para finalmente alcançar a conclusão da constelação AxelGlobe até 2022. Uma vez concluído, o projeto AxelGlobe poderá obter imagens de quase toda a superfície terrestre diariamente e a partir delas analisar, avaliar e modelar os fenômenos em constantes mudanças que ocorrem na Terra. As imagens de satélite serão disponibilizadas através de um sistema web com acesso a um banco de imagens das localidades de interesse.
Sobre a Axelspace
A operadora Axelspace é uma empresa com sede em Tókio no Japão e foi fundada no ano de 2008. Seus produtos e soluções são baseadas em tecnologias de design, produção, lançamentos, suporte e tratamento de dados de microssatélites. A TecTerra Geotecnologias e a Axelspace possuem um acordo para soluções que envolvam Sensoriamento Remoto e monitoramento a partir de imagens de satélite. O acordo foi firmado no durante o evento MundoGeo Connect que ocorreu em São Paulo em Maio de 2018.
Texto: Lucas Camargos – Diretor Técnico da TecTerra Geotecnologias – lucas.camargos@tecterra.com.br
Entre em contato conosco através do e-mail contato@tecterra.com.br ou pelo telefone (31) 9 9720 2614 para obter mais detalhes e especificações técnicas, produtos e condições comerciais dos satélites da Axelspace. Manteremos todos(as) informados quando ocorrer o lançamento de outros satélites e da oferta de serviços.
Uma cooperação entre a Embrapa e a Força Aérea Brasileira (FAB) vai viabilizar a operação do Carponis-1, satélite brasileiro de alta resolução, capaz de gerar imagens com detalhes de até 70 cm e de dar uma volta ao redor do planeta a cada uma hora e meia. O projeto está a cargo da FAB e a Embrapa será operadora civil do equipamento. A Empresa empregará as imagens espaciais nos estudos da produção de alimentos, fibras e energia no País. De acordo com o tenente Bruno Mattos, da FAB, o satélite brasileiro tem potencial para gerar uma economia de mais de 75% no custo por km² das imagens, em comparação aos valores pagos pelo governo em licitações.
A Embrapa Territorial (SP) utiliza imagens de satélites em seus trabalhos há quase 30 anos. No entanto, a dependência de imagens de alta resolução adquiridas por satélites controlados por outros países impõe limitações, além de custos elevados. Normalmente, trabalha-se com as imagens que estão disponíveis nos catálogos das empresas que as comercializam. Outra possibilidade é encomendar os registros, porém, isso demanda tempo entre a solicitação e a entrega.
A operação de um satélite pelo Brasil possibilitará mais autonomia e rapidez. “Poderemos programar e direcionar o satélite para aquisição de imagens de alvos específicos. Isso evitará a compra de imagens obsoletas e otimizará o tempo de resposta no recebimento dessas imagens”, observa a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, Lucíola Magalhães. Ela também é membro do Grupo de Assessoramento da Comissão de Coordenação de Implantação de Sistema Espaciais (CCISE), colegiado que articula o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE).
Projeto Carponis-1
O nome é formado pela junção das palavras gregas “karpos”, que significa fruto; e “ornis”, pássaro. O Carponis-1 faz parte das constelações de satélites do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), que integra o Programa Espacial Brasileiro. A iniciativa é gerenciada pela Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), da Força Aérea Brasileira, e está alinhada à Estratégia Nacional de Defesa para o setor espacial. O PESE prevê a implantação de uma constelação de satélites, além da infraestrutura de controle e de operação. O Carponis-1 será o primeiro, com previsão para lançamento em 2022.
Melhor monitoramento de ILPF e aquicultura
O diferencial do Carponis-1 está na alta resolução espacial e temporal. A previsão é que os sensores acoplados ao satélite gerem imagens nítidas abaixo de um metro e com intervalo de três a cinco dias. Hoje, o Brasil opera apenas um sistema espacial, em parceria com a China. Mas a melhor resolução obtida a partir dele é de cinco metros e intervalo de até 26 dias entre os registros.
Para se ter uma ideia do ganho com a escala submétrica, nas imagens com resolução de quatro metros, cada pixel equivale a uma área de 16 m². Já as de um metro de resolução refletem 1 m² por pixel. Com imagens melhores e mais facilmente disponíveis, a Embrapa Territorial espera avançar, por exemplo, no monitoramento das áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema produtivo em expansão no País. “É muito difícil com satélites de média resolução conseguir identificá-las. Mesmo com os de alta resolução, esse mapeamento não vai ser uma tarefa simples”, adianta Magalhães.
As imagens mostram uma área de 9 km² em Artur Nogueira, SP, com três resoluções espaciais diferentes. Da esquerda para a direita, a primeira é do Landsat-8, com 30 m; a segunda, do Sentinel-2, com 10 m e a terceira do WorldView-3, com 30 cm de resolução espacial.
Os trabalhos com aquicultura também seriam beneficiados com um satélite brasileiro de alta resolução. Atualmente, a Embrapa está desenvolvendo um sistema de inteligência territorial estratégico para o segmento. O primeiro passo é identificar, em imagens espaciais, a localização dos tanques escavados para criação de animais aquáticos. “Quando você trabalha com imagens de média ou baixa resolução, é difícil ter certeza de que determinado ponto corresponde a um tanque para aquicultura, tendo em vista os diferentes tipos existentes”, conta a chefe-adjunta. A expectativa é que, com material de melhor definição, o trabalho ganhe assertividade.
Intervalos menores de aquisição de imagens de satélite atualizadas
Os pesquisadores também esperam incremento nos estudos pela geração de material com menor intervalo de tempo. O maior ganho é a chance de obtenção de imagens livres de nuvens, um dos principais fatores que comprometem a visibilidade em regiões de alta umidade, como na costa brasileira e região amazônica. Na agricultura, fazer imagens com mais frequência torna-se ainda mais importante, já que as principais fases de desenvolvimento das culturas ocorrem justamente no período de chuvas.
O tempo entre a captura da imagem em território nacional e o seu download pelo usuário deve ser menor do que duas horas, adianta o tenente Bruno Mattos, coordenador do projeto Carponis-1. Se a área de interesse estiver fora do Brasil, esse intervalo aumenta, mas, ainda assim, não deve chegar a 12 horas.
O tipo de sensor embarcado no satélite também é determinante para os trabalhos em agricultura. Além das bandas que geram a fotografia em cores dos terrenos (vermelho, verde e azul - RGB), “é indispensável, no mínimo, uma banda no infravermelho próximo (NIR)”, diz Magalhães. A presença dela é o primeiro passo para utilizar as imagens em agricultura de precisão. Com esse recurso, além da interpretação visual, os técnicos contam com informações espectrais que podem dar indicações sobre a saúde da plantação em uma determinada área, por exemplo. Identificação de deficiências nutricionais e estimativas de produtividade são outras aplicações. “Quanto mais bandas espectrais, mais informações conseguimos sobre um objeto terrestre”, explica.
Histórico do Carponis-1
O primeiro passo para a parceria entre a Embrapa e a FAB na operação do Carponis-1 foi dado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com a apresentação do projeto para gestores da pasta. Em agosto, houve a assinatura de um memorando de entendimento entre as instituições. Na época, o chefe da Área de Planejamentos Operacionais do Estado-Maior da Aeronáutica, major-brigadeiro Jefson Borges, explicou que o interesse das Forças Armadas na parceria era devido ao avançado estágio em que a Embrapa se encontra na área de monitoramento por satélite. O secretário-executivo do Mapa, por sua vez, disse que o ministério tem interesse em projetos de inteligência territorial, fundamentais para o desenvolvimento tecnológico e de monitoramento do setor agropecuário nacional.
O chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, lembra o papel das imagens espaciais no monitoramento ambiental do País, que mantém mais de 1.800 unidades de conservação. Para ele, o acompanhamento da ocupação efetiva de áreas do território nacional, por meio de satélites, é fundamental, mas tem representado gastos elevados, em função da necessidade da compra de imagens.
A organização militar espera que a operação de um satélite de alta resolução também traga ganhos para a indústria nacional. “No curto prazo, empresas nacionais serão subcontratadas para proverem produtos e serviços relacionados à implantação do Sistema Carponis-1. No médio e longo prazo, com a demanda nacional por imagens de satélites bem estabelecida, tais empresas serão contratadas diretamente para o desenvolvimento de satélites nacionais, os quais complementarão e substituirão as capacidades do Sistema Carponis-1”, prevê o tenente Bruno Mattos, da FAB.
A comunidade acadêmica também deve ser beneficiada com a facilidade de acesso a imagens espaciais de alta resolução.
A TecTerra trabalha com os mais variados satélites do mercado e possui soluções de monitoramento por imagens de satélites. Entre em contato conosco através do telefone (31) 3071-7080ou do e-mail contato@tecterra.com.br para obter mais informações sobre as condições comerciais, aplicações e especificações técnicas dos satélites.