Estudo revela que o bioma da Amazônia é maior que os limites oficiais

Estudo revela que o bioma da Amazônia é maior que os limites oficiais

Estudo cientifico revela que o bioma da Amazônia é maior que os limites oficiais. Um trabalho publicado na última edição da revistaBiodiversity and Conservation intituladoRedefining the Cerrado–Amazonia transition: implications for conservation” (Redefinindo a transição Cerrado-Amazônia: implicações para a conservação, em português), revela que a Amazônia é maior e está localizada mais ao sul do que indicam os limites oficiais. Segundo o líder dos estudos Ben Hur Marimon Junior, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), a fronteira entre a Amazônia e o Cerrado não está adequadamente posicionada e não é uma simples linha divisória como consta nos mapas oficiais.

Transição Cerrado-Amazônia (TCA)

A Transição Cerrado-Amazônia (TCA) no Brasil é a maior transição savana-floresta do mundo. No entanto, é representada em mapas oficiais do governo brasileiro como uma simples linha que separa os dois biomas. O estudo publicado demonstra que a TCA é de fato ampla, complexa e que sua representação linear tradicional não é adequada para reconhecer e conservar a biodiversidade nesta região. Ben-Hur Marimon diz que não pode precisar ainda de quanto seria este acréscimo no tamanho da Amazônia, mas a sua fronteira com o Cerrado deve ser reconsiderada como uma extensa faixa, com larguras que podem chegar até 250 km. “É preciso reposicionar a Amazônia e o Cerrado nos mapas oficiais para melhor adequar os dois maiores biomas brasileiros às leis e políticas públicas de proteção da biodiversidade”, defende o pesquisador.

Segundo Eduardo Queiroz Marques, da Unemat, existem falhas nos mapas oficiais, que eram baseados na antiga tecnologia de imagens de radar dos anos 1970. “Estas antigas técnicas de mapeamento não permitiam o mesmo nível de detalhamento que temos hoje” que temos hoje”, revela Eraldo Matricardi, especialista em mapeamento por satélite da Universidade de Brasília (UnB). “Uma das consequências da imprecisão dos antigos mapas é que alguns tipos de florestas, que eram comuns no sul da Amazônia, foram confundidos com cerrado denso, um tipo de vegetação menos protegido pela legislação, tanto pelo novo quanto o antigo Código Florestal. Assim, complexidade dos limites das florestas tropicais da savana foi mal compreendida e deturpada pelos mapas atuais, ameaçando seriamente a complexa biota da TCA”, explica Beatriz Marimon, da Unemat.

amazônia mapeamento

A linha entre os biomas do estudo (em azul) não coincide com a do mapeamento oficial do IBGE (em preto).

O estudo leva em conta 30 anos de análises, nas quais os pesquisadores observaram que a TCA sofreu mais desmatamento do que as florestas e savanas em cada bioma individual (Amazônia e Cerrado). Como consequência, as perdas de vegetação atingiram níveis próximos ao colapso em áreas de intensa atividade humana. “Junto com a vegetação perdemos também espécies de animais nesta região única de biodiversidade”, revela Guarino Colli, zoólogo da UnB e coautor do estudo.

Os pesquisadores concluíram que as imprecisões no mapeamento oficial permitiram que o desmatamento atingisse níveis excessivos. “A agropecuária é o grande motor do desenvolvimento do Centro-Oeste brasileiro, mas é preciso garantir a manutenção das florestas nativas para que elas continuem cumprindo o seu papel de regulação climática. Por isso, apontamos para a necessidade urgente da criação de uma zona especial de amortecimento ao sul e sudeste da Amazônia para preservar a vegetação e garantir chuvas regulares para as lavouras e pastagens da região”, alerta Ben Hur Marimon.

Fonte: O ECO

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CPRM finaliza estudos geológicos no Rio Grande do Sul

CPRM finaliza estudos geológicos no Rio Grande do Sul

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) vai apresentar para comunidade científica, órgãos governamentais e investidores do setor mineral estudos geológicos que investigam potencialidades e identificam recursos minerais no Estado do Rio Grande do Sul. Serão apresentadas notas explicativas elaboradas em escala de 1:100 000 das Folhas Bagé e Santa Maria e o Informe Levantamento Geoquímico do Escudo do RS. O evento ocorre no Auditório da Federação da Agricultura do Estado do RS (Farsul), dia 10/12, às 14h.

O Levantamento Geoquímico do Escudo do Rio Grande do Sul amplia dados para prospecção de metais base (cobre, chumbo, zinco, etc.), preciosos (ouro, prata, etc.) e agrominerais (fósforo, potássio, nitrogênio, etc.) em uma grande região do Estado que já possui tradicionalmente exploração mineral como em Lavras do Sul e Minas do Camaquã. O estudo oferece como resultado banco de dados geoquímicos que abrange uma área de 65 mil km² e contempla 3.277 e 3.214 pontos de amostragem disponível para empresas do setor mineral. Foram identificadas 19 áreas anômalas definidas pela maior quantidade de concentrações de teores elevados de um elemento em relação aos demais em determinada área e dos concentrados de minerais pesados.

Estufdos geológicos de Amostra de vegetal fóssil (Flora de Dicroidium) na Folha Santa Maria

Amostra de vegetal fóssil (Flora de Dicroidium) na Folha Santa Maria

 

“Nestas áreas é recomendada a elaboração de estudos geológicos exploratórios de maior detalhe, com ênfase na busca de ocorrências minerais inéditas, agregando interpretações estruturais, geofísicas e de imagens de sensores remotos, que poderão gerar alvos localizados. Com este lançamento, estamos fortalecendo nosso papel de gerar conhecimento geológico com o objetivo atrair investimentos para a descoberta de novos depósitos minerais, bem como gerar informações básicas para o planejamento territorial”, explica o diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, José Leonardo Andriotti.

Ouro na Campanha

O mapeamento da Folha Bagé abrange cerca de 3 mil km² e aponta que a atividade extrativa mineral é exercida através da produção de calcários para corretivo de solo, de pedra britada para a construção civil em pedreiras de granito, pela extração de saibro para uso em estradas vicinais, além de areia e cascalho para uso na construção civil. Os estudos geológicos contaram com análises geoquímicas que identificaram a presença de zonas anômalas para ouro. A maior parte está relacionada com os granitoides da Suíte Cerro Preto e o Granito Saibro e em menor proporção à Suíte Santo Afonso.

Estudos Geológicos na Mina de mármore Hulha Negra na Folha Bagé

Mina de mármore Hulha Negra na Folha Bagé

 

Estudos Geológicos de Sítios Fossillíferos

O mapa geológico da Folha Santa Maria evidencia a importância da região para as pesquisas paleontológicas por meio do conjunto expressivo de rochas da Bacia do Paraná com idades que variam entre 252 (Triássico) a 120 (Cretáceo) milhões de anos que possui, e pela presença de fósseis que identificam o início da diferenciação morfológica evolutiva das duas linhagens dos vertebrados, que hoje compreendem os jacarés e crocodilos de um lado, e os dinossauros e aves de outro. Foi também nesse período que os primeiros ancestrais dos mamíferos desenvolveram o homeotermia (condição de possuir o corpo com temperatura constante ou sangue quente). Foram identificados 27 sítios fossíliferos históricos na área mapeada. Na área de mapeamento e estudos geológicos foram cadastrados 29 jazimentos minerais, na maioria, representados por lavras de agregados para construção civil, como areia, brita e material de empréstimo. Foi identificada uma área de garimpo relacionada à extração de ametista e ágata em basaltos já extinta.

Além da Folha Bagé e Santa Maria, nos últimos oito anos, foram executados no RS levantamentos e estudos geológicos básicos de sete folhas em escalas de mapeamento 1:100.000: Aceguá, Bagé, Curral de Pedras, Hulha Negra, Lagoa da Meia Lua, Passo de São Diogo e Sobradinho. Essas folhas estão localizadas nas porções centro e centro-sul do estado, região que tem como atividade econômica principal o setor agropecuário, com a indústria extrativa mineral subordinada, principalmente com produção de carvão em Candiota e Hulha Negra e calcário para corretivo de solo próximo a Bagé.

Fonte: CPRM

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Rio São Francisco faz ligação estratégica entre regiões e estados do Brasil

Rio São Francisco faz ligação estratégica entre regiões e estados do Brasil

O Rio São Francisco desde a nascente, no alto do Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, até encontrar o Oceano Atlântico, na divisa de Alagoas com Sergipe,percorre 2.700 quilômetros levando a água que dá vida ao Semiárido. Ao longo do percurso, ele ainda atravessa os estados da Bahia, Pernambuco e Goiás, perpassando 507 municípios e fazendo a ligação estratégica entre o Sudeste e o Nordeste do país.

Das águas do rio, pescadores e barqueiros tiram o sustento há muitas gerações. Às suas margens, a agricultura e a pecuária se desenvolvem a passos largos. A vegetação e os minérios extraídos do subsolo também impulsionam a economia local. No leito do Velho Chico, estão instaladas as usinas Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso, Itaparica e Xingó, que geram energia elétrica para abastecer todo o Nordeste e parte de Minas Gerais.

Veja mais sobre o rio São Francisco na revista Retratos nº 13 do IBGE

Tantas possibilidades de aproveitamento dos inúmeros recursos naturais característicos da Bacia do São Francisco inegavelmente geram riqueza, mas, na mesma medida esses usos acarretam graves problemas ambientais. Desmatamento, degradação do solo, assoreamento dos leitos dos rios, poluição, escassez hídrica e prejuízos à pesca e à navegação são algumas das consequências do uso descontrolado e pouco sustentável desses recursos.

Adversidades climáticas dificultam sobrevivência do Rio São Francisco

A Bacia do São Francisco tem um dos menores níveis precipitação do país, fato que se agravou e a colocou em situação crítica nos últimos anos. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) revelam que a distribuição anual das chuvas na Região Nordeste apresentou forte queda entre 1990 e 2017. Com isso, desde meados dos anos 1990 o São Francisco apresenta vazões anuais abaixo da média histórica, o que dificulta a geração de energia elétrica – como em Sobradinho, responsável por 58% da energia consumida na região.

Rio São Francisco

Povoado de Saramém em Sergipe, próximo à foz do Rio São Francisco

Apesar de as barragens erguidas no São Francisco serem bases para a geração de energia limpa (sem emissão de gases poluentes), essas construções alteram o fluxo natural dos rios e a dinâmica da vida aquática. De acordo com Anivaldo Miranda, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), além de agravar o assoreamento do leito do curso d’água, também prejudica a navegação. Em relação aos peixes, informações do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental (Cepta) mostram que oito espécies do rio estão ameaçadas de extinção em função do mesmo problema.

Velho Chico vira depósito de resíduos

No entorno do São Francisco, os problemas ambientais também são visíveis. A retirada das matas ciliares, localizadas nas margens do rio, e de trechos da vegetação da Caatinga, do Cerrado e de florestas é uma das ações humanas que mais prejudicam os cursos d’água. De acordo com o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do São Francisco 2016-2025, desenvolvido pelo CBHSF, entre 2002 e 2010, cerca de 47% da área total da bacia sofreu com ações de desmatamento voltadas para a produção de carvão vegetal e a abertura de áreas para a agricultura e a pecuária.

Rio São Francisco foz

Foz do Rio São Francisco. Ao fundo é possível ver as dunas de Piabaçu, em Alagoas

Um dos impactos negativos da retirada da mata é a impermeabilização do solo que, ao ter sua capacidade de infiltração reduzida, prejudica a recarga dos aquíferos subterrâneos. Outra consequência é a ampliação do processo de erosão do solo, cujos sedimentos, muitas vezes contaminados por agrotóxicos, passam a ser conduzidos em larga escala para os rios. O lançamento de esgoto sem tratamento e o despejo de resíduos de garimpos, mineradoras e indústrias em geral (metais pesados) também são fontes de poluição que afligem o rio.

As consequências da degradação do rio são sentidas com mais intensidade no Baixo São Francisco, que fica na divisa dos estados de Sergipe e Alagoas, onde o Velho Chico encontra as águas salgadas do Oceano Atlântico. E é justamente nesse encontro que cada vez mais o São Francisco vem levando desvantagem, pois, com a diminuição da vazão, o rio não tem mais tanta força para conter a entrada da água do mar, o que acarreta mudanças no ecossistema da foz.

Fonte: IBGE

Pesquisa indica restar mais Mata Atlântica do que se pensava

Pesquisa indica restar mais Mata Atlântica do que se pensava

Imagens de satélite mais precisas, com detecção automática das áreas de floresta e a posterior comprovação por técnicos indicam que ainda restam 32 milhões de hectares de Mata Atlântica, ou 28% da cobertura original do bioma. Se fossem unidos em um grande bloco cobririam uma área quase do tamanho do Maranhão, o segundo maior estado do Nordeste (33,2 milhões de hectares).

Esses números equivalem ao dobro do que se imaginava ainda restar da floresta no bioma. O relatório técnico do Atlas da Mata Atlântica 2016-2017 indicava que apenas 12,4% da Mata Atlântica (16,27 milhões de hectares) permaneciam preservados em fragmentos com mais de 3 hectares. Este bioma se estende por 17 estados brasileiros, em uma região que abriga mais de 70% da população do país. É um dos ambientes com maior diversidade do mundo e também um dos mais ameaçados.

Esse novo mapa está disponível na versão online da revista científica Perspectives in Ecology and Conservation, da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação. O estudo utilizou imagens dos satélites RapidEye que possuem resolução de 5 metros e foram detectados fragmentos que antes não eram representados. Porém, esses pequenos fragmentos são insuficientes para explicar a diferença de área de florestas mapeadas. A explicação vem de uma definição melhor dos remanescentes já conhecidos.

Veja o artigo completo em: From hotspot to hopespot: An opportunity for the Brazilian Atlantic Forest

Veja o relatório técnico do Atlas da SOS Mata Atlântica aqui

“A gente detectou que os fragmentos geralmente eram maiores do que estavam sendo desenhados anteriormente”, explica a autoria principal do artigo, a bióloga Camila Rezende, estudante de doutorado em Ecologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “A gente descobriu que as bordas do grande fragmento que existe hoje da Mata Atlântica, que é o fragmento da Serra do Mar, são maiores, além dos fragmentos menores que não estavam”.

Mata Atlântica mapeamento

Imagens de satélites indicam que ainda restam 32 milhões de hectares de Mata Atlântica, ou 28% da cobertura original do bioma. Foto: Mozart Lauxen/Ibama.

A extensão da Mata Atlântica coberta por florestas pode chegar a 35% da área original até 2038, se forem cumpridos o Código Florestal e os compromissos assumidos pelo Brasil no acordo de Paris. Só as áreas de preservação permanente, com matas ciliares, que devem ser recuperaram somam 5,2 milhões de hectares.

Para a pesquisadora, os resultados positivos chegam em um bom momento. Ele acredita que a Mata Atlântica possa ser um exemplo mundial de hotspot, áreas com grande biodiversidade, que se recuperou. Mas Camila ressalta que, para isso, a Lei da Mata Atlântica e o Código Florestal, com a recuperação de reserva legais, precisam ser cumpridos.

 

O artigo lembra que apesar da perda da maior parte das florestas, remanescentes da Mata Atlântica abrigam mais de 2,4 mil espécies de vertebrados e 20 mil espécies de plantas. O bioma concentra 60% das espécies ameaçadas do Brasil, 380 espécies da fauna e mais de 1,5 mil da flora correndo o risco de extinção.

Fonte: O ECO

Veja em nosso blog mais notícias sobre pesquisas e trabalhos na Mata Atlântica

 

Desmatamento da Mata Atlântica é o menor registrado desde 1985

O desmatamento da Mata Atlântica entre 2016 e 2017 teve queda de 56,8% em relação ao período anterior (2015-2016). No último ano, foram destruídos 12.562 hectares (ha), ou 125 Km², nos 17 estados do bioma. Entre 2015 e 2016, o desmatamento foi de 29.075 ha.

Rio lança o projeto Olho no Verde para combater desmatamento na Mata Atlântica

Foi lançado o Projeto Olho no Verde que consiste em uma iniciativa entre a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/Coppetec), com o objetivo de alcançar a meta de desmatamento ilegal zero na Mata Atlântica até 2018 e conter a destruição do bioma.

Validado o novo ZARC da uva para os estados do RS e SC

Validado o novo ZARC da uva para os estados do RS e SC

Foi validada a proposta do novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático para uva (ZARC) para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina  durante reunião técnica na Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves (RS). A nova versão irá contemplar todos os municípios dos estados, com exceção dos localizados na região litorânea, devido às condições de elevada umidade e alta probabilidade para incidência de doenças fúngicas.

As primeiras portarias do ZARC Uva, publicadas para a safra 2005/2006, abrangiam  os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Bahia e Pernambuco, com critérios específicos para cada estado. Já a nova versão do ZARC Uva, que deverá ser publicada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) até o final do ano, desenvolvida pela Embrapa, unificou os critérios apresentados. “A partir das diferentes variáveis, foram considerados como principais riscos climáticos as ocorrências de geadas e secas, padronizando assim, os índices climáticos para todo o Brasil”, sintetizou Marco Antônio Fonseca Conceição, coordenador do ZARC Uva e  pesquisador da Embrapa Uva e Vinho.

Na sua avaliação, os critérios e as variáveis utilizadas atualmente para essa unificação foram concebidos de forma a representar adequadamente as especificidades principais de cada região. A metodologia será  detalhada na nota técnica que irá acompanhar a Portaria. Estão sendo considerados três tipos solos, cinco tipos de cultivares (variando de precoces a tardias) e a segmentação por municípios, considerando as variáveis climatológicas. “No futuro, acreditamos que as propriedades possam ser georreferenciadas e, dessa forma, seja possível calcular o risco específico para cada local”, detalhou Conceição, que contou com a participação da pesquisadora Maria Emília Borges Alves na força tarefa para a implementação do ZARC Uva.

zarc

Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para vinhedos com variedades para processamento e ciclo precoce. Resultado para vinhedos com brotação ocorrendo entre 11 e 20 de agosto. Municípios em azul apresentam um risco de até 20% de ocorrência de eventos meteorológicos adversos. Municípios em verde apresentam risco entre 20 e 30%. Em laranja, risco entre 30 e 40%. Municípios em cinza apresentam risco superior a 40% ou estão fora do período normal de brotação para a localidade.

Para Antônio Conte, assistente Técnico Estadual em Fruticultura da Emater-RS/Ascar, a proposta atende as expectativas pois irá enquadrar todos os municípios, mesmo aqueles que já estavam produzindo e não estavam contemplados. “É um início, a próxima etapa será atender as especificidades de cada região”, complementou.

Para Luís Balduíno Gonçalves, coordenador técnico da Análise de Risco do Mapa, a expectativa da publicação do zoneamento da uva é bastante grande, pois é a primeira cultura perene que está sendo revisada. A nova metodologia utilizada, que leva em consideração os tratos culturais, em especial a brotação, irá resolver a principal reclamação dos produtores na hora de buscar o financiamento, pois a anterior somente considerava os períodos de plantio o que em muitos casos impedia o financiamento. “Com certeza a classe produtiva será atendida e o modelo poderá auxiliar as outras culturas”, avaliou.

“A Embrapa está disponibilizando o ZARC Uva. Agora é importante que o setor ajude a consolidar e a refinar essa ferramenta, ajustando à realidade da viticultura”, pontuou o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Uva e Vinho, Adeliano Cargnin, que coordenou o evento. Ele destacou a importância do ZARC como uma ferramenta confiável e segura para todo o setor agrícola, que desde 1996 está sendo utilizada para outras culturas. No caso específico da cultura da uva desde 2005. Ele ainda citou que no caso específico do vinho são complementares ao ZARC uva o Zoneamento de Aptidão e o conceito de Terroir.

Estiveram presentes no encontro representantes da Embrapa, IbravinFecovinhoSecretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do RS, Emater/Ascar-RSInstituto Federal do Rio Grande do SulAgaviSenar, Secretarias e prefeituras municipais, Sindicatos Rurais, Vinícolas e viveiristas.

Segundo José Eduardo Monteiro, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e coordenador geral do ZARC, agora as informações serão consolidadas em um relatório final que será  elaborado para envio ao Ministério da Agricultura para publicação da portaria no Diário Oficial da União até o final do ano.

ZARC: 22 anos avaliando riscos da lavoura

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado com o objetivo de quantificar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos que podem ocasionar perdas na produção.

Na realização dos estudos de ZARC são analisados os parâmetros de clima, solo e ciclos de cultivares, a partir de uma metodologia validada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e adotada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O resultado do estudo é publicado por meio de Portarias da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, por cultura e Unidade da Federação.

O ZARC foi publicado pela primeira vez na safra de 1996 para a cultura do trigo. Atualmente, os estudos de Zoneamentos do Mapa já contemplam 25 Unidades da Federação e mais de 40 culturas divididas entre espécies de ciclo anual e permanente, além do ZARC para o consórcio de milho com braquiária.

Atualmente, a tecnologia é uma das mais importantes ferramentas utilizadas pelos sistemas bancário e securitário para concessão de créditos e avaliação de seguro rural, incluindo o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).

FONTE: EMBRAPA

Palma forrageira tem novo Zoneamento Agrícola (ZARC) em Pernambuco

Palma forrageira tem novo Zoneamento Agrícola (ZARC) em Pernambuco

Novo trabalho de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para a produção da palma forrageira no estado de Pernambuco foi realizado por Pesquisadores da Embrapa e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Os resultados foram apresentados em reunião, realizada na sede da Sudene, em Recife (PE), no dia 25 de setembro. O evento teve o objetivo de validar os dados junto a representantes de cinco estados do Nordeste, além do Norte de Minas Gerais – onde estão as principais áreas de cultivo da espécie.

O trabalho faz parte da atualização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), adotado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. Na oportunidade, os pesquisadores, técnicos, produtores, consultores e outros profissionais especialistas na palma puderam conhecer e analisar os dados, com base em seus conhecimentos sobre a cultura e as características das regiões produtoras, identificando as necessidades de ajustes nos mapas e tabelas.

Tenha acesso ao trabalho completo aqui.

De acordo com a pesquisadora Magna Soelma Beserra de Moura, da Embrapa Semiárido, a avaliação dos dados foi bastante positiva, mostrando que o zoneamento está representando bem as condições de cultivo de cada estado. As contribuições recebidas no evento estão sendo compiladas para uma avaliação mais minuciosa de alguns municípios apontados pelos participantes, especialmente nos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, para verificar se as bases de dados disponíveis são suficientes e representam bem a região. Após esta etapa, serão gerados os mapas e tabelas finais para encaminhamento ao MAPA, que deve publicar portaria com o Zoneamento da palma.

Durante a reunião, o professor da UFRPE Thieres George Freire da Silva, da Unidade Acadêmica de Serra Talhada, apresentou a nova metodologia científica utilizada para o zoneamento, resultado de uma parceria com quatro diferentes Unidades de pesquisa da Embrapa (Semiárido, Informática Agropecuária, Algodão e Solos) e o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). A pesquisa identificou as necessidades hídricas e térmicas da cultura e os parâmetros de clima e solo, dados que foram aplicados para quantificar os riscos climáticos envolvidos no desenvolvimento da planta.

zoneamento agrícola zarc pal

Palma Forrageira

A palma forrageira é uma das espécies de maior relevância para a produção agropecuária no Semiárido, com área plantada estimada em 600 mil hectares. A atualização do zoneamento agrícola para esta cultura visa a minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos, permitindo que cada município zoneado tenha identificada a melhor época de plantio nos seus diferentes tipos de solo. Também é utilizado pelas instituições financeiras para definição dos programas de financiamento e de seguro rural, além de contribuir para o planejamento dos produtores.

Fonte: EMBRAPA

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