A TecTerra assinou um contrato para oferecer dados da constelação de satélites EarthDaily Constellation (EDA) inseridos na plataforma, dTEC. Ao incorporar a revisita diária de tais satélites sobre a cobertura global, tem-se uma amplitude de assinaturas espectrais em seus produtos e soluções integradas. Desta forma, a TecTerra, em parceria com a EarthDaily Analytics, oferece mais opções de análise espacial baseadas em sensoriamento remoto.
Os desafios que Brasil apresenta
As vastas e diversas paisagens do Brasil, combinadas com condições meteorológicas dinâmicas, representam desafios significativos para imagens de satélite, monitoramento e análise regionais e nacionais. Seja ao mapear e avaliar a floresta amazônica, muitas vezes a coberta de nuvens é densa, para fins de identificação e catalogação de espécies de árvores, ou no monitoramento da silvicultura ilegal, mineração ou outras atividades ilícitas e problemáticas em milhões de quilômetros quadrados, os processos de coleta, processamento e detecção de mudanças (change detection) exigem qualidade de dados consistente, conhecimento especializado e ferramentas de dados avançadas.
Como a constelação EarthDaily atua
Após o lançamento da constelação EarthDaily, o sistema de detecção de mudanças mais avançado do mundo, será capaz de capturar e fornecer ao dTEC da TecTerra um fluxo de dados excepcionalmente poderoso, desenvolvido especificamente para aplicações de Inteligência Artificial (IA). A cobertura global diária multiespectral da EarthDaily, e o segmento terrestre orientado por IA alimentado pela AWS tornam possível monitorar com eficácia regiões exponencialmente maiores e mais complexas do que seria possível com soluções menos poderosas.
Interface do Sistema WEB EarthDaily Analytics
Ao coletar imagens das localidades no mesmo horário e ângulo todos os dias e, em seguida, capturar e fazer referência cruzada em 22 bandas espectrais, o EarthDaily Constellation permitirá que os clientes da TecTerra não apenas vejam o que ocorre quase em tempo real com revisitas de alta frequência, mas utilizar ferramentas de IA.
Quantidade de bandas espectrais do EarthDaily Analytics com outros satélites do mercado
Diferentes composições das 22 bandas espectrais auxiliam para ver muito mais do que o olho humano pode capturar como; degradação da vegetação, identificação da flora selvagem, concentrações de gases invisíveis, variações no calor relacionadas com incêndios invisíveis ou atividade industrial, e numerosos outros fenómenos – mesmo quando há cobertura de nuvens ou névoas.
Texto: Lucas Camargos – Diretor Técnico da TecTerra Geotecnologias – lucas.camargos@tecterra.com.br
E para saber mais informações, aplicações e condições comerciais de imagens de satélite, monitoramento por imagens de satélite, dTEC e do EarthDaily, entre em contato com a nossa equipe comercial através de um dos nossos canais de atendimento:
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A TecTerra Geotecnologias assinou no início do mês de julho de 2020 um contrato com a Hexagon Geospatial para a distribuição de soluções geoespaciais. A Hexagon Geospatial compõe uma linha de softwares e soluções dentro do Grupo Hexagon, líder global para os mercados de sensores, softwares e soluções autônomas.
Para isso, a TecTerra apresenta o portfólio da Hexagon Geospatial, destacando-se os softwares GeoMedia e ERDAS Imagine e a totalidade de suas extensões. Além do sistema M.App, plataforma em nuvem de processamento, visualização e gestão de banco de dados geográficos via web.
GeoMedia em aplicação para Planejamento Territorial
Com a incorporação do portfólio da Hexagon Geospatial, a TecTerra passa a prover o mercado de geotecnologias com soluções geoespaciais e plataformas de mapeamentos e SIG (Sistemas de Informações Geográficas), ao abrigar dados georreferenciados capturados por uma grande variedades de sensores remotos, destacando-se imagens de satélite, aerofotogrametria, LiDAR, laser terrestre e dados de VANT’s.
Soluções Hexagon Geospatial
As soluções Hexagon Geospatial criam processos simples para traduzir informações geoespaciais em ações corretivas, preventivas e promover o compartilhamento de informações sobre a superfície terrestre e sua relação com dados estatísticos. A partir da conectividade e integração das soluções, possibilita ao usuário melhorias nos processos de planejamento e resposta, além de um aumento na produtividade e na qualidade do resultado final.
Plataforma M.App em aplicação para o Agronegócio
O uso das soluções geoespaciais permite ao usuário criar seu próprio produto ou solução com as plataformas da Hexagon Geospatial, no caso o GeoMedia, ERDAS Imagine e M.App. Essas plataformas possibilitam configurações de soluções para diferentes funções e casos de uso capazes de transformar problemas complexos em análises simples.
Dessa forma, as soluções podem ser aplicadas em diferentes mercados, por exemplo:
Agricultura de precisão
Energia
Telecom
Água e Saneamento
Segurança Pública
Saúde e epidemiologia
Óleo e Gás
Cidades Inteligentes
Órgãos Governamentais
Mineração
Para saber mais sobre as aplicações das soluções Hexagon Geospatial entre em contato com a nossa equipe comercial pelos telefones ou WhatsApp’s (31) 9 8272-8729, (31) 9 9817-5638 ou pelo e-mail contato@tecterra.com.br.
Texto de Christian Vitorino – Diretor de Novos Negócios da TecTerra Geotecnologias – christian.vitorino@tecterra.com.br
Diversos serviços de Geotecnologias podem ser executados em período de pandemia e isolamento social sem a necessidade de trabalhos de campo. Muitas empresas e profissionais adotaram práticas de quarentena, redução de profissionais nas unidades produtivas e estabeleceram restrições para os prestadores de serviço adentrarem em unidades extrativas e imóveis rurais, locais comuns de atividades de trabalhos de campo no mercado de Geotecnologias.
Os serviços de Geotecnologias listados podem ser executados sem profissionais em campo e com somente atividades de escritório:
Dentre os serviços citados daremos destaque ao Sensoriamento remoto na comprovação de perdas agrícolas, que consiste em uma nova resolução do Banco Central e da Topografia por satélite - AW3D em que Modelos de Elevação de alta resolução são gerados sem a coleta de Pontos de Controle com receptores GPS/GNSS de precisão em campo
Os produtores rurais e os agentes do Proagro - Programa de Garantia da Atividade Agropecuária poderão utilizar ferramentas de sensoriamento remoto como imagens por satélite para comunicar e comprovar as possíveis perdas agrícolas, além das análises e julgamento dos pedidos de cobertura.
Cultivos agrícolas em cores naturais e falsa cor (infravermelho)
A Resolução nº 4.796, publicada pelo Banco Central no início de abril, foi adotada de modo temporário pelo Conselho Monetário Nacional, devido às restrições de mobilidade impostas pela Covid-19 que dificultam a comprovação presencial, ou seja, por trabalhos de campo que habitualmente são realizados pelos técnicos do governo.
Para auxiliar na verificação das perdas agrícolas do Proagro poderá ser utilizado o SATVeg - Sistema de Análise Temporal da Vegetação, desenvolvido pela Embrapa. Ele auxilia em análises de uso e cobertura da terra, ao possibilitar a observação da frequência com que as áreas agrícolas sofrem alterações. O SATVeg também ajuda na identificação dos diferentes usos do solo como cultura anual, pasto ou mata, por exemplo, além de acompanhar o ciclo das culturas do agronegócio.
Aliado ao SATVeg recomenda-se o uso de imagens de satélite para monitorar talhões e áreas produtivas. Tais imagens podem ser de satélites comerciais ou em alguns casos de sensores gratuitos como Landsat e Sentinel. As diferentes resoluções espaciais juntamente com as bandas do Infra Vermelho ou RedEdge possibilitam analises de pequenos ou grandes talhões e de diferentes cultivos agrícolas. Além da facilidade de aquisição e de existirem diversos sensores que atendem aos distintos projetos de comprovação de perdas agrícolas, não é necessário que ocorram trabalhos de campo na obtenção de imagens por satélite. Isso aumenta o distanciamento social sem a necessidade de viagens e trabalhos de campo.
Os produtos AW3D são fornecidos pela operadora japonesa RESTEC - Remote Sensing Technology Center of Japan. Eles compõem soluções de Modelos Digitais de Elevação (MDE), sejam Modelos Digitais de Superfície (MDS) e Modelos Digitais de Terreno (MDT), topografia, simulações em ambiente 2D e 3D, curvas de nível e levantamentos planialtimétricos de construções gerados a partir de imagens de satélite. Os MDS e MDT, produtos que denominamos como Topografia por Satélite, possuem 50 centímetros, 1 metro, 2 metros, 2,5 metros e 5 metros de resolução espacial. Sua obtenção ocorre sem a necessidade de trabalhos de campo para coletar de Pontos de Controle (GCP’s) com recepetores GPS/GNSS de precisão. Essas tecnologias são conhecidas no mercado pela grande precisão, acurácia, facilidade na aquisição de dados, vasto acervo de informações, aplicações em diversos mercados e por ser uma tecnologia de alto custo benefício.
Modelo Digital de Terreno (MDT) e imagem de satélite
Outros produtos da RESTEC que não precisam de trabalho de campo são o AW3D Building, AW3D Telecom e AW3D Airport. O AW3D Building gera informações planialtimétricas de edificações e construções. O AW3D Telecom é voltado para aplicações de Geotecnologias em ambiente 2D ou 3D com trabalhos de simulações de propagação de sinais de telecomunicações conforme o relevo e edificações presentes nas cidades. Já o AW3D Airport reúne funcionalidades em ambiente 2D ou 3D para estudos de simulações, viabilidade e impactos de aeroportos no seu entorno imediato.
As aplicações explicitadas reforçam as práticas de isolamento social em período de pandemia e permitem a oferta e execução de uma série de serviços de Geotecnologias. A ausência de trabalhos de campo possibilita o isolamento de clientes, prestadores de serviços e proprietários de imóveis rurais e mantém os atendimentos das demandas de mercado em que as tecnologias de geoprocessamento, sensoriamento remoto, imagens por satélite e cartografia trabalham.
Para saber mais sobre aplicações de geotecnologias entre em contato com a nossa equipe comercial pelos telefones ou WhatsApp's (31) 9 8272-8729, (31) 9 9817-5638 ou pelo e-mail contato@tecterra.com.br.
Texto de:Lucas A. Camargos - Diretor Técnico da TecTerra Geotecnologias - lucas.camargos@tecterra.com.br
Os produtores rurais e os agentes do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) vão poder usar ferramentas digitais e de sensoriamento remoto para a comunicação e a comprovação das perdas agrícolas, além das análises e julgamento dos pedidos de cobertura.
A Resolução nº 4.796, publicada pelo Banco Central na última quinta-feira (2/4), define a adoção da medida de forma temporária pelo Conselho Monetário Nacional, devido às restrições de mobilidade impostas em razão da Covid-19 que dificultam a comprovação presencial normalmente realizada pelos técnicos do governo.
Aplicações do SATVeg
O Sistema de Análise Temporal da Vegetação (SATVeg), desenvolvido pela Embrapa, poderá ser consultado para verificação das perdas agrícolas do Proagro.
A tecnologia permite a observação de séries temporais de índices de vegetação por meio de imagens de satélite MODIS, oferecendo apoio a atividades de monitoramento agrícola e ambiental em toda a América do Sul.
O sistema auxilia em análises relativas ao uso e cobertura da terra, possibilitando observar a frequência com que as áreas agrícolas do País sofrem alterações. Com ele, pode-se identificar o que é uma cultura anual, pasto ou mata, por exemplo, além de acompanhar o ciclo de uma cultura agrícola e sua intensificação.
Será permitida ainda consulta a informações disponibilizadas no Sistema de Suporte à Decisão na Agropecuária (Sisdagro) do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), além de laudos, comunicados ou documentos semelhantes emitidos pelas empresas de assistência técnica e extensão rural regionais (Ematers).
As ferramentas públicas devem ser capazes de aferir, com segurança, as informações necessárias à efetiva mensuração das perdas agrícolas decorrentes de evento adverso, além das informações de produtividade divulgadas pelos órgãos estaduais de assistência técnica e extensão rural, de acordo com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.
“O SATVeg foi criado para facilitar análises sobre a dinâmica da vegetação e tem o potencial de auxiliar no acompanhamento do desenvolvimento vegetativo das culturas, podendo ser bastante útil para a verificação das informações fornecidas pelo setor produtivo” conta o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, Júlio Esquerdo
A ferramenta mostra a variação da vegetação ao longo do tempo; por isso, é excelente para monitorar a produção e, inclusive, acompanhar as perdas agrícolas. Com ela é possível apoiar a identificação de áreas desmatadas, de regeneração e áreas agrícolas, entre outras.
No caso da soja, por exemplo, em um ano no qual haja um comportamento anormal, em que a cultura não se desenvolveu muito em função de estiagens ou veranicos, isso pode ser verificado por meio dos perfis espectro-temporais observados nas curvas dos índices de vegetação das imagens de satélite.
“E pode-se associar essa situação a certas condições como menor produtividade, perda da safra etc.” explica o pesquisador Alexandre Coutinho, também da Embrapa Informática Agropecuária João Antunes, um dos desenvolvedores da tecnologia que integra a equipe da Embrapa Informática Agropecuária , complementa:
“Essa ferramenta tem um potencial de aplicação muito grande no acompanhamento do ciclo fenológico das culturas agrícolas. A adoção do SATVeg pelo Banco Central para comunicação de perdas do Proagro pode acelerar a parceria com a Embrapa no sentido de evoluir a ferramenta mais rapidamente, a partir de novos sensores e plataformas”
Imagens de satélite de alta resolução espacial
Uma das linhas de desenvolvimento é usar imagens com melhor resolução espacial, para monitorar talhões e áreas produtivas menores, mais características das regiões Sul e Sudeste do País. Hoje o sistema usa imagens obtidas pelo sensor MODIS, a bordo dos satélites Terra e Aqua, com resolução espacial de 250 metros, que são ideais para monitorar grandes áreas agrícolas, por exemplo. As tecnologias de monitoramento e de sensoriamento remoto e da área de tecnologia da informação são muito dinâmicas. O desenvolvimento de sensores, o lançamento de novos satélites e as imagens obtidas por vants, os veículos aéreos não tripulados, podem ser aproveitados para aperfeiçoar a ferramenta, na visão dos pesquisadores.
Com relação à produtividade, saber qual a porcentagem de perdas agrícolas depende de modelos matemáticos que façam essa estimativa.
“Para isso, precisamos de uma quantidade enorme de dados para analisar as variações das curvas de produtividade” afirma Coutinho
Uma das frentes de pesquisa para aperfeiçoamento da tecnologia é integrar as perdas agrícolas informadas pelos produtores e as curvas geradas pelo sistema, permitindo monitorar as safras com mais precisão.
“As tecnologias digitais são ferramentas imprescindíveis, especialmente no momento atual, para facilitar a tomada de decisão, tanto pelos gestores públicos como por produtores rurais. A Embrapa tem se preparado cada vez mais para atender a essas demandas e vem investindo em pesquisas na área de tecnologia da informação e comunicação para levar soluções tecnológicas ao setor agropecuário” destaca a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá
Estudo cientifico revela que o bioma da Amazônia é maior que os limites oficiais. Um trabalho publicado na última edição da revistaBiodiversity and Conservation intitulado “Redefining the Cerrado–Amazonia transition: implications for conservation” (Redefinindo a transição Cerrado-Amazônia: implicações para a conservação, em português), revela que a Amazônia é maior e está localizada mais ao sul do que indicam os limites oficiais. Segundo o líder dos estudos Ben Hur Marimon Junior, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), a fronteira entre a Amazônia e o Cerrado não está adequadamente posicionada e não é uma simples linha divisória como consta nos mapas oficiais.
Transição Cerrado-Amazônia (TCA)
A Transição Cerrado-Amazônia (TCA) no Brasil é a maior transição savana-floresta do mundo. No entanto, é representada em mapas oficiais do governo brasileiro como uma simples linha que separa os dois biomas. O estudo publicado demonstra que a TCA é de fato ampla, complexa e que sua representação linear tradicional não é adequada para reconhecer e conservar a biodiversidade nesta região. Ben-Hur Marimon diz que não pode precisar ainda de quanto seria este acréscimo no tamanho da Amazônia, mas a sua fronteira com o Cerrado deve ser reconsiderada como uma extensa faixa, com larguras que podem chegar até 250 km. “É preciso reposicionar a Amazônia e o Cerrado nos mapas oficiais para melhor adequar os dois maiores biomas brasileiros às leis e políticas públicas de proteção da biodiversidade”, defende o pesquisador.
Segundo Eduardo Queiroz Marques, da Unemat, existem falhas nos mapas oficiais, que eram baseados na antiga tecnologia de imagens de radar dos anos 1970. “Estas antigas técnicas de mapeamento não permitiam o mesmo nível de detalhamento que temos hoje” que temos hoje”, revela Eraldo Matricardi, especialista em mapeamento por satélite da Universidade de Brasília (UnB). “Uma das consequências da imprecisão dos antigos mapas é que alguns tipos de florestas, que eram comuns no sul da Amazônia, foram confundidos com cerrado denso, um tipo de vegetação menos protegido pela legislação, tanto pelo novo quanto o antigo Código Florestal. Assim, complexidade dos limites das florestas tropicais da savana foi mal compreendida e deturpada pelos mapas atuais, ameaçando seriamente a complexa biota da TCA”, explica Beatriz Marimon, da Unemat.
A linha entre os biomas do estudo (em azul) não coincide com a do mapeamento oficial do IBGE (em preto).
O estudo leva em conta 30 anos de análises, nas quais os pesquisadores observaram que a TCA sofreu mais desmatamento do que as florestas e savanas em cada bioma individual (Amazônia e Cerrado). Como consequência, as perdas de vegetação atingiram níveis próximos ao colapso em áreas de intensa atividade humana. “Junto com a vegetação perdemos também espécies de animais nesta região única de biodiversidade”, revela Guarino Colli, zoólogo da UnB e coautor do estudo.
Os pesquisadores concluíram que as imprecisões no mapeamento oficial permitiram que o desmatamento atingisse níveis excessivos. “A agropecuária é o grande motor do desenvolvimento do Centro-Oeste brasileiro, mas é preciso garantir a manutenção das florestas nativas para que elas continuem cumprindo o seu papel de regulação climática. Por isso, apontamos para a necessidade urgente da criação de uma zona especial de amortecimento ao sul e sudeste da Amazônia para preservar a vegetação e garantir chuvas regulares para as lavouras e pastagens da região”, alerta Ben Hur Marimon.
A TecTerra Geotecnologias realiza serviços de mapeamentospara diversos mercados inclusive para a temática ambiental. Entre em contato conosco através do telefone (31) 3071-7080 ou do e-mail contato@tecterra.com.br para mais informações.
Uma cooperação entre a Embrapa e a Força Aérea Brasileira (FAB) vai viabilizar a operação do Carponis-1, satélite brasileiro de alta resolução, capaz de gerar imagens com detalhes de até 70 cm e de dar uma volta ao redor do planeta a cada uma hora e meia. O projeto está a cargo da FAB e a Embrapa será operadora civil do equipamento. A Empresa empregará as imagens espaciais nos estudos da produção de alimentos, fibras e energia no País. De acordo com o tenente Bruno Mattos, da FAB, o satélite brasileiro tem potencial para gerar uma economia de mais de 75% no custo por km² das imagens, em comparação aos valores pagos pelo governo em licitações.
A Embrapa Territorial (SP) utiliza imagens de satélites em seus trabalhos há quase 30 anos. No entanto, a dependência de imagens de alta resolução adquiridas por satélites controlados por outros países impõe limitações, além de custos elevados. Normalmente, trabalha-se com as imagens que estão disponíveis nos catálogos das empresas que as comercializam. Outra possibilidade é encomendar os registros, porém, isso demanda tempo entre a solicitação e a entrega.
A operação de um satélite pelo Brasil possibilitará mais autonomia e rapidez. “Poderemos programar e direcionar o satélite para aquisição de imagens de alvos específicos. Isso evitará a compra de imagens obsoletas e otimizará o tempo de resposta no recebimento dessas imagens”, observa a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, Lucíola Magalhães. Ela também é membro do Grupo de Assessoramento da Comissão de Coordenação de Implantação de Sistema Espaciais (CCISE), colegiado que articula o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE).
Projeto Carponis-1
O nome é formado pela junção das palavras gregas “karpos”, que significa fruto; e “ornis”, pássaro. O Carponis-1 faz parte das constelações de satélites do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), que integra o Programa Espacial Brasileiro. A iniciativa é gerenciada pela Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), da Força Aérea Brasileira, e está alinhada à Estratégia Nacional de Defesa para o setor espacial. O PESE prevê a implantação de uma constelação de satélites, além da infraestrutura de controle e de operação. O Carponis-1 será o primeiro, com previsão para lançamento em 2022.
Melhor monitoramento de ILPF e aquicultura
O diferencial do Carponis-1 está na alta resolução espacial e temporal. A previsão é que os sensores acoplados ao satélite gerem imagens nítidas abaixo de um metro e com intervalo de três a cinco dias. Hoje, o Brasil opera apenas um sistema espacial, em parceria com a China. Mas a melhor resolução obtida a partir dele é de cinco metros e intervalo de até 26 dias entre os registros.
Para se ter uma ideia do ganho com a escala submétrica, nas imagens com resolução de quatro metros, cada pixel equivale a uma área de 16 m². Já as de um metro de resolução refletem 1 m² por pixel. Com imagens melhores e mais facilmente disponíveis, a Embrapa Territorial espera avançar, por exemplo, no monitoramento das áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema produtivo em expansão no País. “É muito difícil com satélites de média resolução conseguir identificá-las. Mesmo com os de alta resolução, esse mapeamento não vai ser uma tarefa simples”, adianta Magalhães.
As imagens mostram uma área de 9 km² em Artur Nogueira, SP, com três resoluções espaciais diferentes. Da esquerda para a direita, a primeira é do Landsat-8, com 30 m; a segunda, do Sentinel-2, com 10 m e a terceira do WorldView-3, com 30 cm de resolução espacial.
Os trabalhos com aquicultura também seriam beneficiados com um satélite brasileiro de alta resolução. Atualmente, a Embrapa está desenvolvendo um sistema de inteligência territorial estratégico para o segmento. O primeiro passo é identificar, em imagens espaciais, a localização dos tanques escavados para criação de animais aquáticos. “Quando você trabalha com imagens de média ou baixa resolução, é difícil ter certeza de que determinado ponto corresponde a um tanque para aquicultura, tendo em vista os diferentes tipos existentes”, conta a chefe-adjunta. A expectativa é que, com material de melhor definição, o trabalho ganhe assertividade.
Intervalos menores de aquisição de imagens de satélite atualizadas
Os pesquisadores também esperam incremento nos estudos pela geração de material com menor intervalo de tempo. O maior ganho é a chance de obtenção de imagens livres de nuvens, um dos principais fatores que comprometem a visibilidade em regiões de alta umidade, como na costa brasileira e região amazônica. Na agricultura, fazer imagens com mais frequência torna-se ainda mais importante, já que as principais fases de desenvolvimento das culturas ocorrem justamente no período de chuvas.
O tempo entre a captura da imagem em território nacional e o seu download pelo usuário deve ser menor do que duas horas, adianta o tenente Bruno Mattos, coordenador do projeto Carponis-1. Se a área de interesse estiver fora do Brasil, esse intervalo aumenta, mas, ainda assim, não deve chegar a 12 horas.
O tipo de sensor embarcado no satélite também é determinante para os trabalhos em agricultura. Além das bandas que geram a fotografia em cores dos terrenos (vermelho, verde e azul - RGB), “é indispensável, no mínimo, uma banda no infravermelho próximo (NIR)”, diz Magalhães. A presença dela é o primeiro passo para utilizar as imagens em agricultura de precisão. Com esse recurso, além da interpretação visual, os técnicos contam com informações espectrais que podem dar indicações sobre a saúde da plantação em uma determinada área, por exemplo. Identificação de deficiências nutricionais e estimativas de produtividade são outras aplicações. “Quanto mais bandas espectrais, mais informações conseguimos sobre um objeto terrestre”, explica.
Histórico do Carponis-1
O primeiro passo para a parceria entre a Embrapa e a FAB na operação do Carponis-1 foi dado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com a apresentação do projeto para gestores da pasta. Em agosto, houve a assinatura de um memorando de entendimento entre as instituições. Na época, o chefe da Área de Planejamentos Operacionais do Estado-Maior da Aeronáutica, major-brigadeiro Jefson Borges, explicou que o interesse das Forças Armadas na parceria era devido ao avançado estágio em que a Embrapa se encontra na área de monitoramento por satélite. O secretário-executivo do Mapa, por sua vez, disse que o ministério tem interesse em projetos de inteligência territorial, fundamentais para o desenvolvimento tecnológico e de monitoramento do setor agropecuário nacional.
O chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, lembra o papel das imagens espaciais no monitoramento ambiental do País, que mantém mais de 1.800 unidades de conservação. Para ele, o acompanhamento da ocupação efetiva de áreas do território nacional, por meio de satélites, é fundamental, mas tem representado gastos elevados, em função da necessidade da compra de imagens.
A organização militar espera que a operação de um satélite de alta resolução também traga ganhos para a indústria nacional. “No curto prazo, empresas nacionais serão subcontratadas para proverem produtos e serviços relacionados à implantação do Sistema Carponis-1. No médio e longo prazo, com a demanda nacional por imagens de satélites bem estabelecida, tais empresas serão contratadas diretamente para o desenvolvimento de satélites nacionais, os quais complementarão e substituirão as capacidades do Sistema Carponis-1”, prevê o tenente Bruno Mattos, da FAB.
A comunidade acadêmica também deve ser beneficiada com a facilidade de acesso a imagens espaciais de alta resolução.
A TecTerra trabalha com os mais variados satélites do mercado e possui soluções de monitoramento por imagens de satélites. Entre em contato conosco através do telefone (31) 3071-7080ou do e-mail contato@tecterra.com.br para obter mais informações sobre as condições comerciais, aplicações e especificações técnicas dos satélites.