A TecTerra assinou um contrato para oferecer dados da constelação de satélites EarthDaily Constellation (EDA) inseridos na plataforma, dTEC. Ao incorporar a revisita diária de tais satélites sobre a cobertura global, tem-se uma amplitude de assinaturas espectrais em seus produtos e soluções integradas. Desta forma, a TecTerra, em parceria com a EarthDaily Analytics, oferece mais opções de análise espacial baseadas em sensoriamento remoto.
Os desafios que Brasil apresenta
As vastas e diversas paisagens do Brasil, combinadas com condições meteorológicas dinâmicas, representam desafios significativos para imagens de satélite, monitoramento e análise regionais e nacionais. Seja ao mapear e avaliar a floresta amazônica, muitas vezes a coberta de nuvens é densa, para fins de identificação e catalogação de espécies de árvores, ou no monitoramento da silvicultura ilegal, mineração ou outras atividades ilícitas e problemáticas em milhões de quilômetros quadrados, os processos de coleta, processamento e detecção de mudanças (change detection) exigem qualidade de dados consistente, conhecimento especializado e ferramentas de dados avançadas.
Como a constelação EarthDaily atua
Após o lançamento da constelação EarthDaily, o sistema de detecção de mudanças mais avançado do mundo, será capaz de capturar e fornecer ao dTEC da TecTerra um fluxo de dados excepcionalmente poderoso, desenvolvido especificamente para aplicações de Inteligência Artificial (IA). A cobertura global diária multiespectral da EarthDaily, e o segmento terrestre orientado por IA alimentado pela AWS tornam possível monitorar com eficácia regiões exponencialmente maiores e mais complexas do que seria possível com soluções menos poderosas.
Interface do Sistema WEB EarthDaily Analytics
Ao coletar imagens das localidades no mesmo horário e ângulo todos os dias e, em seguida, capturar e fazer referência cruzada em 22 bandas espectrais, o EarthDaily Constellation permitirá que os clientes da TecTerra não apenas vejam o que ocorre quase em tempo real com revisitas de alta frequência, mas utilizar ferramentas de IA.
Quantidade de bandas espectrais do EarthDaily Analytics com outros satélites do mercado
Diferentes composições das 22 bandas espectrais auxiliam para ver muito mais do que o olho humano pode capturar como; degradação da vegetação, identificação da flora selvagem, concentrações de gases invisíveis, variações no calor relacionadas com incêndios invisíveis ou atividade industrial, e numerosos outros fenómenos – mesmo quando há cobertura de nuvens ou névoas.
Texto: Lucas Camargos – Diretor Técnico da TecTerra Geotecnologias – lucas.camargos@tecterra.com.br
E para saber mais informações, aplicações e condições comerciais de imagens de satélite, monitoramento por imagens de satélite, dTEC e do EarthDaily, entre em contato com a nossa equipe comercial através de um dos nossos canais de atendimento:
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A TecTerra Geotecnologias juntamente com a Korea Aerospace Research Institute (KARI), por meio da operadora SIIS, divulgam imagens de satélite KOMPSAT 3 e KOMPSAT 3Aanteriores e posteriores às enchentes ocorridas na Grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul no ano de 2024. Elas são do dia 31 de maio de 2023 e 15 de maio de 2024, esta posterior aos desastres socioambientais e mostram algumas localidades na Grande Porto Alegre, RS.
As geotecnologias em específico as imagens de alta resolução de diferentes datas podem ser aplicadas em localidades urbanas ou rurais como na avaliação dos danos e impactos ambientais, determinação da extensão dos danos, contagem de moradias afetadas, auxílio na valoração ambiental e de áreas agricultáveis e também na reconstituição da paisagem dos locais que sofreram as enchentes em maio de 2024.
Veja algumas locais da Grande Porto Alegre, RS, através de imagens de satélite dos dias 31 de maio de 2023 e 15 de maio de 2024
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Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, RS
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CEASA em Porto Alegre, RS
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Rodovia Governador Leonel de Moura Brizola (BR-386) no limite entre os municípios de Canoas e Nova Santa Rita, RS
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Rio dos Sinos próximo a ponte ferroviária no limite entre os municípios de Canoas e Nova Santa Rita, RS
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Sobre as imagens de satélite KOMPSAT 3 e KOMPSAT 3A cedidas pela operadora SIIS
As imagens do KOMPSAT 3 possuem 70 centímetros de resolução espacial e são de 31 de maio de 2023. Já KOMPSAT 3A apresenta imagens com 40 centímetros de resolução espacial e foram adquiridas em 15 de maio de 2024, data posterior às enchentes.
A operadora sul-coreana SIIS, vinculada a KARI trabalha com os satélites de Observação da Terra KOMPSAT 2, KOMPSAT 3, KOMPSAT 3A e KOMPSAT 5 (Radar/SAR). A TecTerra Geotecnologias é revenda autorizada dos produtos e tecnologias da SIIS para todo o território brasileiro.
Estes e outros satélites de Observação da Terra permitem registros constantes da superfície terrestre seja com acessos a imagens históricas ou no monitoramentos com a aquisição de novos dados. Isso possibilita rápidas respostas a desastres ambientais e aplicações no gerenciamento de riscos, gestão contínua ou planejamento integrado de unidades espaciais como municípios, bacias hidrográficas ou regiões geográficas.
Texto: Lucas Camargos – Diretor Técnico da TecTerra Geotecnologias – lucas.camargos@tecterra.com.br
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No período de isolamento social algumas plataformas, universidades e instituições estão oferecendo materiais de geociências, meio ambiente, geotecnologias, cartografia e SIG. Com o avanço de casos do novo coronavírus no país, vemos cada vez mais a necessidade de ficarmos em casa para evitar contaminação e transmissão do vírus. Com isso, criamos novos hábitos, rotinas, tratativas no dia a dia do trabalho e formas alternativas de manter a saúde física e mental, visto que, atualmente, o universo para muitas pessoas possui somente alguns metros quadrados entre a porta e a varanda.
Buscar conhecimento nesta hora é muito importante para se manter atualizado no mercado, compreender e antever os meandros que a nossa economia vai percorrer, além de ampliar os horizontes culturais (e porque não descobrir uma nova habilidade ou um novo hobby).
A partir disso, muitas instituições de ensino, fundações, empresas privadas, órgãos governamentais e ONGs estão oferecendo uma seleção de e-books, aulas e cursos online nas diversas áreas do conhecimento, gratuitos nessa época tão singular de nossa história. Com isso, fizemos um compilado com links muito interessantes na nossa temática de geociências.
Amazon
A Amazon disponibilizou uma imensa variedade de e-books grátis, inclusive na opção do Kindle Unlimited e com pandemia muito mais títulos se tornaram gratuitos. Abaixo uma lista com livros que tem a temática de Geoprocessamento, SIG, geociências e recursos naturais.
Dentre as obras disponíveis para download estão clássicos da literatura brasileira, como: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro. O Cortiço, Macunaíma, Os Sertões e etc. Baixe os livros digitais aqui.
Open Library
A Open Library é uma livraria colaborativa e gratuita , que disponibiliza milhares de e-books gratuitos e possui limite máximo de downloads. Aqui uma seleção com enfoque na área de Geoprocessamento em lista de premiados e-books.
EdUERJ - Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
A Biblioteca da Quarentenaé uma iniciativa da EdUERJ que disponibiliza gratuitamente livros em formato digital. Os autores gentilmente abriram mão de seus direitos autorais durante o período da quarentena..
Organização: Gláucio José Marafon, Julio Cesar de Lima Ramires, Miguel Ângelo Ribeiro e Vera Lúcia Salazar Pessôa
Plataforma Springer
Apresento também a Plataforma Springer, que oferece acesso gratuito a artigos científicos e livros para pesquisadores nas mais diversas áreas. Abaixo, um livro muito procurado para quem deseja trabalhar com desenvolvimento em ArcGIS.
Você pode também assistir aulas online e fazer cursos com os temas de geoprocessamento, geociências, meio ambiente e sensoriamento remoto em instituições como:
A TecTerra Geotecnologias disponibiliza eventos online para atualização profissional em período de Home Office. São cursos, seminários, palestras e workshops online para aprimoramento profissional elaborados pela equipe TecTerra. Veja aqui a relação de eventos.
Texto de:André Luck – Diretor de Negócio da TecTerra Geotecnologias – Unidade São José dos Campos - SP andre.luck@tecterra.com.br
Para saber mais sobre aplicações de geotecnologias entre em contato com a nossa equipe comercial pelos telefones ou WhatsApp’s (31) 9 8272-8729, (11) 9 7576-9123 e (31) 9 9817-5638 ou pelo e-mail contato@tecterra.com.br.
Os produtores rurais e os agentes do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) vão poder usar ferramentas digitais e de sensoriamento remoto para a comunicação e a comprovação das perdas agrícolas, além das análises e julgamento dos pedidos de cobertura.
A Resolução nº 4.796, publicada pelo Banco Central na última quinta-feira (2/4), define a adoção da medida de forma temporária pelo Conselho Monetário Nacional, devido às restrições de mobilidade impostas em razão da Covid-19 que dificultam a comprovação presencial normalmente realizada pelos técnicos do governo.
Aplicações do SATVeg
O Sistema de Análise Temporal da Vegetação (SATVeg), desenvolvido pela Embrapa, poderá ser consultado para verificação das perdas agrícolas do Proagro.
A tecnologia permite a observação de séries temporais de índices de vegetação por meio de imagens de satélite MODIS, oferecendo apoio a atividades de monitoramento agrícola e ambiental em toda a América do Sul.
O sistema auxilia em análises relativas ao uso e cobertura da terra, possibilitando observar a frequência com que as áreas agrícolas do País sofrem alterações. Com ele, pode-se identificar o que é uma cultura anual, pasto ou mata, por exemplo, além de acompanhar o ciclo de uma cultura agrícola e sua intensificação.
Será permitida ainda consulta a informações disponibilizadas no Sistema de Suporte à Decisão na Agropecuária (Sisdagro) do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), além de laudos, comunicados ou documentos semelhantes emitidos pelas empresas de assistência técnica e extensão rural regionais (Ematers).
As ferramentas públicas devem ser capazes de aferir, com segurança, as informações necessárias à efetiva mensuração das perdas agrícolas decorrentes de evento adverso, além das informações de produtividade divulgadas pelos órgãos estaduais de assistência técnica e extensão rural, de acordo com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.
“O SATVeg foi criado para facilitar análises sobre a dinâmica da vegetação e tem o potencial de auxiliar no acompanhamento do desenvolvimento vegetativo das culturas, podendo ser bastante útil para a verificação das informações fornecidas pelo setor produtivo” conta o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, Júlio Esquerdo
A ferramenta mostra a variação da vegetação ao longo do tempo; por isso, é excelente para monitorar a produção e, inclusive, acompanhar as perdas agrícolas. Com ela é possível apoiar a identificação de áreas desmatadas, de regeneração e áreas agrícolas, entre outras.
No caso da soja, por exemplo, em um ano no qual haja um comportamento anormal, em que a cultura não se desenvolveu muito em função de estiagens ou veranicos, isso pode ser verificado por meio dos perfis espectro-temporais observados nas curvas dos índices de vegetação das imagens de satélite.
“E pode-se associar essa situação a certas condições como menor produtividade, perda da safra etc.” explica o pesquisador Alexandre Coutinho, também da Embrapa Informática Agropecuária João Antunes, um dos desenvolvedores da tecnologia que integra a equipe da Embrapa Informática Agropecuária , complementa:
“Essa ferramenta tem um potencial de aplicação muito grande no acompanhamento do ciclo fenológico das culturas agrícolas. A adoção do SATVeg pelo Banco Central para comunicação de perdas do Proagro pode acelerar a parceria com a Embrapa no sentido de evoluir a ferramenta mais rapidamente, a partir de novos sensores e plataformas”
Imagens de satélite de alta resolução espacial
Uma das linhas de desenvolvimento é usar imagens com melhor resolução espacial, para monitorar talhões e áreas produtivas menores, mais características das regiões Sul e Sudeste do País. Hoje o sistema usa imagens obtidas pelo sensor MODIS, a bordo dos satélites Terra e Aqua, com resolução espacial de 250 metros, que são ideais para monitorar grandes áreas agrícolas, por exemplo. As tecnologias de monitoramento e de sensoriamento remoto e da área de tecnologia da informação são muito dinâmicas. O desenvolvimento de sensores, o lançamento de novos satélites e as imagens obtidas por vants, os veículos aéreos não tripulados, podem ser aproveitados para aperfeiçoar a ferramenta, na visão dos pesquisadores.
Com relação à produtividade, saber qual a porcentagem de perdas agrícolas depende de modelos matemáticos que façam essa estimativa.
“Para isso, precisamos de uma quantidade enorme de dados para analisar as variações das curvas de produtividade” afirma Coutinho
Uma das frentes de pesquisa para aperfeiçoamento da tecnologia é integrar as perdas agrícolas informadas pelos produtores e as curvas geradas pelo sistema, permitindo monitorar as safras com mais precisão.
“As tecnologias digitais são ferramentas imprescindíveis, especialmente no momento atual, para facilitar a tomada de decisão, tanto pelos gestores públicos como por produtores rurais. A Embrapa tem se preparado cada vez mais para atender a essas demandas e vem investindo em pesquisas na área de tecnologia da informação e comunicação para levar soluções tecnológicas ao setor agropecuário” destaca a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá
As técnicas de mapeamento de perigo foram desenvolvidas durante quatro anos, por pesquisadores em Geociências do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a metodologia para mapear áreas de perigo geológico já foi aplicada em cinco municípios do estado de Santa Catarina. São eles: Rio do Sul, Guaramirim, Braço do Norte, Herval d’Oeste e Santo Amaro da Imperatriz. Diferentemente das Cartas de Suscetibilidade e da Setorização de Risco Alto e Muito Alto, este método representa um avanço na área de Geologia Aplicada, pois evidencia o grau de atingimento a ser provocado em caso de deslizamentos planares e rotacionais, queda de blocos e fluxo de detritos baseando-se em parâmetros geológicos, geomorfológicos e estatísticos.
Carta de Perigo da área 32 de Guaramirim (SC)
Com isso, autoridades, gestores públicos, profissionais do setor privado, sociedade civil e a comunidade acadêmica contam com um diagnóstico para facilitar a tomada de decisão no gerenciamento do perigo e do risco. Esse produto cartográfico, portanto, pode ser utilizado para: orientar a elaboração dos planos de contingência e a emissão de alertas nas comunidades em risco; auxiliar na gestão territorial e políticas de uso e ocupação do solo; orientar as propostas de expansão urbana dos municípios em locais seguros; e, por fim, nortear a implantação de obras preventivas ou de reabilitação nos locais prioritários a fim de se evitar a formação de novas áreas de risco.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Alertas e Desastres Naturais (CEMADEN), em fevereiro de 2019, ocorreu uma precipitação acumulada de 206,2mm/48h, em Guaramirim. “Como consequência, 31 deslizamentos planares atingiram o perímetro urbano do município. Cerca de 89% dos deslizamentos gerados ocorreram nas áreas identificadas nas cartas de perigo”, destaca o coordenador executivo do projeto e pesquisador em Geociências da CPRM, Thiago Dutra.
Trincas em Rio do Sul (SC)
O trabalho dos geocientistas consiste em levantar informações de aspectos morfológicos do relevo, demográficos e temáticos; definir áreas de estudo a partir do plano diretor municipal; e realizar análise de perigo no escritório e no campo.
Mapeamento de perigo
Cerca de 20 pesquisadores atuaram na elaboração do Manual de Mapeamento de Perigo e Risco a Movimentos Gravitacionais de Massa, que foi idealizado no âmbito do acordo de cooperação técnica internacional firmado pelo Brasil com o Japão para Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais (Projeto GIDES), no período de 2014 a 2017.
Estudantes de graduação e pós-graduação inclusive já utilizaram este método para desenvolver trabalho de conclusão de curso e dissertação de mestrado. No mês passado, o Departamento de Gestão Territorial promoveu um workshop no Escritório do Rio de Janeiro para debater pesquisas realizadas neste sentido, com o objetivo de continuar aprimorando a metodologia estabelecida no Manual.
Pesquisador em Geociências durante mapeamento em Rio do Sul (SC)
No segundo semestre deste ano, a equipe técnica da CPRM executará etapas de campo em Ilhota (SC) e Ouro Preto (MG). Em 2020, Paraupebas, no Pará, também será mapeado. Além da disponibilização dos relatórios, mapas e dados vetoriais (SIG) no RIgeo (Repositório Institucional de Geociências do Serviço Geológico do Brasil), os produtos estão acessíveis pelo site (www.cprm.gov.br).
“Ao longo do mapeamento das cartas de perigo, a metodologia desenvolvida em cooperação com as instituições japonesas pôde ser aplicada pela primeira vez no Brasil. Na ocasião, foram avaliados os critérios topográficos de identificação, regras de delimitação para definir o atingimento dos processos e as correlações entre as feições de instabilidade presentes no terreno e a qualificação de Perigo. O resultado foi frutífero. Tivemos a oportunidade de correlacionar o mapeamento em um dos municípios com um evento ocorrido em Guaramirim. A experiência adquirida pela equipe permitirá o aprimoramento da próxima versão do manual de Perigo e Risco, prevista para 2020”, acrescenta o geólogo Thiago Dutra.
Movimentos gravitacionais de massa avaliados na metodologia de perigo (CPRM, 2018)
A Embrapa iniciou projeto que ajudará na gestão territorial dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão e Roraima. É o TERRAMZ- Conhecimento Compartilhado para Gestão Territorial Local na Amazônia, que busca realizar o levantamento, monitoramento e análise de dados geoespaciais sobre o uso da terra, degradação florestal, incêndios, queimadas e disponibilidade de recursos naturais em áreas pilotos de cinco estados envolvidos.
Equipe da Embrapa Roraima em capacitação para uso de drone nas atividades do Projeto TERRAMAZ
O TERRAMAZ faz parte do Projeto integrado da Amazônia, financiado pelo Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A iniciativa trabalha com metodologias participativas, bases de dados e geração de mapas das regiões. De acordo com o pesquisador da Embrapa Haron Xaud, coordenador do projeto, o TERRAMZ trará inovações quanto à disponibilização de informações espaciais para a gestão de territórios menores, com coleta e organização de dados em uma escala local, focando em municípios, vilas, vicinais, propriedades rurais e seu entorno.
“Esperamos que esse mapeamento funcione como uma ferramenta de planejamento para a ocupação e redirecionamento das atividades numa perspectiva abaixo da escala de município”, comenta.
O pesquisador explica que a gestão territorial envolve processos de levantamentos de dados e informações de várias naturezas e em diferentes escalas, permitindo um entendimento integrado dos espaços geográficos. “Assim, um ordenamento territorial em escala local na Amazônia seria um instrumento importante para guiar o uso adequado dos ambientes e ajudar na criação de planos de desenvolvimento mais sustentáveis para a região”, diz Xaud.
Todas as informações e materiais gerados no projeto serão disponibilizados em formato e linguagem acessível, buscando auxiliar os atores envolvidos nos processos de tomada de decisão quanto às melhores estratégias para a construção de planos de desenvolvimento e elaboração de políticas públicas.
Mapas dos municípios da região sul de Roraima elaborados pelo projeto TERRAMAZ
Caráter Participativo
O projeto tem como destaque a construção participativa do conhecimento territorial, com ações junto às populações locais e incentivo à troca de saberes. Para isso, prevê a realização de oficinas voltadas para o levantamento e organização do conhecimento dos agricultores sobre tópicos como o uso do solo, clima, aptidão agrícola, zoneamentos, organização do espaço rural, incêndios florestais e desmatamento.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Maristela Xaud, a ideia é fazer o mapeamento participativo das propriedades e do seu entorno pelos próprios agricultores. “Queremos realizar um exercício de construção de conhecimentos para a extração de uma percepção comunitária sobre os problemas ambientais mais importantes nos territórios do projeto”, comenta.
A formação dos agentes multiplicadores locais é outra questão importante trabalhada no TERRAMZ. O intuito é formar profissionais para atuação na produção e interpretação de mapas e utilização de dados disponíveis sobre as áreas pilotos, contribuindo com a gestão territorial local. Assim, serão realizadas capacitações e treinamentos em gestão territorial local, uso da terra, degradação florestal, recursos naturais e adaptação e mitigação às mudanças climáticas.
Compartilhamento de conhecimento com produtor
Ações nos Estados
O TERRAMZ trabalhará com atividades específicas em cada estado. No Acre, a região atendida tem como eixo a BR 364, na tríplice fronteira entre Acre, Amazonas e Rondônia, representando uma área de cerca de 600 mil hectares; é composta ainda de ações no município de Cruzeiro do Sul. A Embrapa Acre é coordenadora das ações neste território. Os pesquisadores serão responsáveis pela criação das bases para a estruturação de um sistema de Gestão Territorial Local de caráter participativo. Essa ação envolve a integração do conhecimento e dos resultados gerados nas demais atividades do TERRAMZ.
Em Roraima, os trabalhos ocorrerão nos municípios da região sul do Estado (Rorainópolis, São Luiz, São João da Baliza, Caroebe e Caracaraí), com utilização de drones para mapeamento participativo de pastagens, mapeamento e seleção de árvores matrizes em área de coleta de sementes e mapeamento de propriedades rurais, entre outras atividades.
No Amapá, o trabalho será desenvolvido no Território do Bailique, localizado a cerca de 200 quilômetros da cidade de Macapá (capital do estado), na foz do rio Amazonas, sob a coordenação da Embrapa Amapá. O foco será a pesquisa para a integração dos conhecimentos tradicionais associados ao extrativismo dos açaizais nativos, com a utilização de drones para a identificação espacial e o mapeamento da ocorrência desses açaizais sob diferentes regimes de uso.
No Estado do Amazonas, também serão utilizados drones para levantamento e caracterização do potencial de ocorrência de castanheiras no município de Manicoré, no sul do Estado, com monitoramento de 1.200 hectares. A coordenação das atividades será realizada pela Embrapa Amazônia Ocidental.
Já no Maranhão, o projeto estudará a dinâmica de desmatamento e uso da terra através do mapeamento participativo com pescadores e quebradeiras de coco no assentamento agroextrativista Bacuri, no município de Cajari, na Baixada Maranhense. As atividades serão coordenadas pela Embrapa Cocais.
Em todos os territórios envolvidos no projeto, serão realizadas análises da dinâmica de uso da terra a partir de dados existentes em escala de município, visando a divulgação e discussão nas comunidades envolvidas.
Equipe do TERRAMAZ de Roraima e Acre em articulação junto à Associação dos Pequenos Produtores do Projeto Reca,em Vila Nova Califórnia - RO
Queimadas e Incêndios
Outro ponto de destaque do projeto são as atividades relacionadas às queimadas e incêndios florestais. O TERRAMZ realizará o monitoramento e avaliação da degradação florestal por incêndios, com previsão de criação de sistema de alerta participativo em nível local. A estratégia de atuação para este tema será coordenada pela Embrapa Roraima, apoiando as atividades de monitoramento de focos de calor, risco de fogo e alertas nos demais estados participantes do projeto.
Clarice Rocha (MTb 4733/PE) Embrapa Roraima
Contatos para a imprensa roraima.imprensa@embrapa.br Telefone:(95) 4009-7114
A TecTerra Geotecnologias realiza serviços de mapeamentospara diversos mercados, inclusive para a temática ambiental e gestão territorial. Entre em contato conosco através do telefone (31) 3071-7080 ou do e-mail contato@tecterra.com.br para mais informações.